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Guerra Fria
Foto: Divulgação do filme

Indicado em 2015 ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira, Pawel Pawlikowski repete a façanha em 2019, indo, no entanto, mais além, sendo reconhecido também nas indicações como Melhor Diretor e Fotografia

O cineasta polonês Pawel Pawlikowski já havia sido indicado e ganhado em 2015 o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira por “Ida”. Em 2019, o diretor, com sua nova obra, “Guerra Fria” (“Zima Wojna”, “Cold War”, Polônia, França e Rússia, 2018), foi muito mais além, sendo indicado em três importantes categorias: Melhor Filme em Língua Estrangeira, Melhor Diretor e Melhor Fotografia. A despeito de não ser agraciado em nenhuma delas, o longa carrega em sua lista imponentes prêmios: Melhor Diretor no Festival de Cannes 2018, Melhor Filme, Diretor, Atriz (Joanna Kulig), Roteiro e Montagem no European Film Awards.

Os desencontros de um casal com divergências políticas e confrontos emocionais entre uma Polônia gelada e uma Paris festiva atravessam a narrativa do filme de Pawlikowski

A trama, interessante, desenrola-se nos tempos conflituosos geopolíticos que a intitulam, compreendendo os anos de 1949 e 1964. A história se inicia na Polônia stalinista (o endeusamento a ditadores como Josef Stalin e o patriotismo exacerbado da época podem ser ainda identificados nos dias de hoje com outros déspotas em diferentes nações) com o encontro de um sedutor regente e músico Wiktor (Tomasz Kot, sóbrio) e uma bela e imprevisível cantora, Zula (a inebriante Joanna Kulig) numa instituição de música e dança. Os estremecimentos do casal se dão por omissões da verdade, instabilidades emocionais e convicções políticas dissonantes (Wiktor não se afina com as diretrizes do sistema socialista). Vindo de uma gelada e triste Polônia, o par se reencontra em uma festiva e dançante Paris.

Direção de fotografia devastadora, realçada pelo magnetismo da atriz Joanna Kulig 

O filme em vários instantes nos reporta à atmosfera da Nouvelle Vague. De fato, a fotografia de Lucasz Zal, em p&b, impressiona pelo apuro visual, sendo devastadoramente sofisticada. A direção de Pawel Pawlikowski é conduzida com delicadeza e precisão. O elenco, competente, destaca o magnetismo de Joanna Kulig. “Guerra Fria” é um filme para quem gosta de visões autorais de seu criador, sem ritmos narrativos empolgantes.

Assista ao trailer:

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