Adriana Esteves em cena da novela “A Indomada”, de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares, exibida pela Rede Globo.
Os sotaques nas novelas nunca foram unanimidade, e provavelmente nunca o serão. Há nas emissoras de TV responsáveis pelos mesmos, os quais são chamados de consultores de prosódia. Aqueles muitas vezes se fazem necessários, pois se não fossem adotados, poderia nos ser passada pouca credibilidade naquilo a que estamos assistindo. Podemos citar algumas obras, em que o uso do recurso dera coerência para o resultado final da produção. Atemo-nos a modos de falar regionais. “Gabriela”, adaptação de Walter George Durst do romance de Jorge Amado, tinha história desenvolvida em Ilhéus, Bahia. Fato este que não permitiria a preterição da maneira característica dos habitantes locais de se comunicarem. Aliás, quantas línguas em uma possuímos em nosso imenso Brasil. Há certo tempo, ao vermos a boa minissérie “A Cura”, de João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein, cujo enredo se passava em Diamantina, Minas Gerais, percebemos modo de oralidade em consonância com o ambiente da ação. Isto ficara-nos bastante evidente nas interpretações das atrizes Andréia Horta, Eunice Bráulio, e nos dois primeiros episódios, Inês Peixoto. Mencionemos ainda outro exemplar. No folhetim de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares, “A Indomada”, misturou-se Inglês com sonoridade nordestina. 