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Haia, a bruxa vivida por Cássia Kis, pratica um ritual em Roman, Nikolas Antunes, em “Desalma”, série do Globoplay/Foto: Estevam Avellar

A premiada autora Ana Paula Maia decide abraçar um gênero pouco explorado no Brasil, mas bastante difundido em outros países, o thriller/drama sobrenatural, na recém-lançada série do Globoplay “Desalma”, com direção artística de Carlos Manga Jr.

O audiovisual brasileiro não visitou com frequência o gênero thriller/drama sobrenatural como outros países o fizeram, seja em obras de Kubrick, “O Iluminado” (1980), ou Alejandro Amenábar, “Os Outros” (2001). No Brasil, João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein foram bem-sucedidos com a série “A Cura” (2009), na Rede Globo. A premiada autora Ana Paula Maia resolveu romper esta barreira com “Desalma”, série criada e escrita por ela, lançada no Globoplay no último dia 22. Com direção artística de Carlos Manga Jr. (“Se Eu Fechar Os Olhos Agora”) e direção de João Paulo Jabur e Pablo Müller, a produção se destaca por pujante apuro visual, exuberância das locações e marcação precisa das cenas, sendo ambientada numa cidade fictícia do sul do país, Brígida, cujos habitantes descendem de ucranianos e buscam manter intactas suas tradições.

A história estrelada por Cássia Kis, Cláudia Abreu e Maria Ribeiro começa em 2018 com uma tragédia, trinta anos depois de outro episódio cercado de mistério ter assombrado a fictícia cidade de Brígida, no sul do Brasil

Em 2018, após um fato trágico e misterioso envolvendo Roman (Nikolas Antunes), que, doente, retorna à sua cidade natal 30 anos depois, época na qual outros episódios traumáticos ocorreram, sua mulher Giovana (Maria Ribeiro) e suas duas filhas Melissa (Camila Botelho) e Emily (Juliah Mello) vão morar na casa onde ele crescera. A família é auxiliada por Ignes (Cláudia Abreu), prima de Roman, angustiada e assombrada por fantasmas do passado. Ignes é casada com Boris (Ismael Caneppele). O casal possui um filho, Anatoli (João Pedro Azevedo), que passa a ostentar comportamentos estranhos. Seu falecido irmão Aleksey (Nicolas Vargas) foi acusado de assassinar Halyna, (Anna Melo), filha de uma das figuras mais conhecidas e temidas da cidade, a bruxa Haia (Cássia Kis), que além de carregar essa dor brutal diz ser capaz de trazer os mortos de volta à vida. Há ainda o clã formado pelo fazendeiro Ivan (Bruce Gomlewsky), sua esposa Anele (Isabel Teixeira) e o casal de filhos gêmeos Iryna (Nathália Falcão) e Maksym (Giovanni di Lorenzo).

Bela fotografia com filtros azulados sombrios e um elenco que reúne veteranos a um time de talentos de uma novíssima geração, associados ao tino de Ana Paula Maia para desenvolver narrativas sobrenaturais fazem de “Desalma” uma ótima série

Com um elenco poderoso de veteranos e atores de uma nova geração prontos para despontar, “Desalma” é uma série que mergulha fundo na dor da alma humana, suscitando no espectador o sentimento caro que um bom thriller propõe, a expectativa, sendo também um tabuleiro soturno cujas peças/personagens se interconectam de modo engenhosamente coeso. Entre um susto aqui e outro mais adiante, valorizados pela inebriante fotografia com filtros azulados sombrios que permeia a narrativa, a nova obra brasileira disponível no canal de streaming Globoplay mostra que Ana Paula Maia conhece sobremaneira a “alma do negócio” para se fazer uma ótima série.

Assista ao trailer da série:

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