Blog do Paulo Ruch

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Foto/Divulgação TV Globo

Um novo caminho teledramatúrgico se confirma com a estreia de “Além do Horizonte”, novela das 19h, de Carlos Gregório e Marcos Bernstein, com direção geral de Gustavo Fernandez, na Rede Globo. Um caminho já adotado por sua antecessora “Sangue Bom”, ou seja, o de se apostar sem medo na escalação de jovens e talentosos atores como protagonistas de suas tramas. No entanto, Carlos e Marcos, assumindo pela primeira vez a posição de autores titulares de um folhetim, dão valorizado enfoque ao gênero aventura, algo que não se testemunha com frequência na TV brasileira neste segmento. Os mesmos afirmaram em entrevistas recentes que se inspiraram nos filmes de Indiana Jones estrelados por Harrison Ford e no célebre longa-metragem de Frank Capra, “Horizonte Perdido”. Após as chamadas, muitos já se lembraram de outras produções, como a série “Lost” e a obra de M. Night Shyamalan, “A Vila”. O que na verdade nos importa é que algo de diferente poderá ser visto, e acompanhado com entusiasmo pelo público, sempre ávido por elementos e linguagens ousadas e inovadoras. Porém, não só de aventura se sustentará “Além do Horizonte”. Já no capítulo inicial, vislumbramos aspectos românticos, associados a bastantes suspense e mistério. Notamos também que o mote “a busca pela felicidade” será condição “sine qua non” para o desenvolvimento da sinopse. O vocábulo “felicidade” foi dito e redito pelos personagens. Não uma felicidade abstrata, fantasiosa amparada nos dinheiro e poder, mas sim concreta, real. Conhecemos Lili (Juliana Paiva), uma moça determinada e de índole firme, no dia de seu rico noivado com Marcelo (Igor Angelkorte), rapaz hábil no polo e em situação de paixão, que demonstra não estar satisfeita com o enlace. Lili acredita, como diversas mulheres, no utópico “príncipe encantado”. Um robusto sapo lhe apareceu talvez para lhe provar o contrário. Surge uma carta misteriosa para lhe atormentar, deixada por seu pai Luís Carlos (Antonio Calloni), há tempos desaparecido, e que pela lei já é considerado morto. Sua mãe é Heloísa (Flávia Alessandra), e seus futuros sogros são Thomaz (Alexandre Borges) e Inês (Maria Luisa Mendonça). Ao ler a missiva, teve dupla surpresa: o progenitor está vivo (saiu em busca da felicidade) e possuía uma amante chamada Teresa. O adultério a aproxima inevitavelmente de William (Thiago Rodrigues), homem forte no gênio, estudante de História, sobrinho da concubina, que para arrumar alguns trocados, e levar notas de dinheiro para dentro de casa, realiza trabalhos e monografias para seus colegas estudantes indolentes. William é órfão, criado junto com seu irmão Marlon (Rodrigo Simas), com ideia fixa de se aventurar mundo afora na procura pertinaz do possível bem-estar, pela tia Sandra (Karen Coelho). William adota postura protetora com relação a Marlon, que foge com Paulinha (Christiana Ubach), o que a faz terminar o seu namoro com o DJ Rafa (Vinícius Tardio). Paula o acusa de que não mostra atitude, coragem de enfrentar a vida. Rafa crê na sua arte de remixar músicas, e em meio a festa, arrasado, olha para o horizonte, perdido, provavelmente nem escutando o som de suas “pick-ups”. O seu “set list” está triste. Já em localidade remota, Tapiré (impressionante trabalho cenográfico no qual se veem casebres vários e contíguos de madeira com direito a ponte e rio), desde logo um sujeito envolvido em ilicitude é assassinado e jogado em água. Fato que remete ao vilão Kléber (Marcello Novaes), comandante de negócios escusos rentáveis, temido pelos moradores, cuja companheira é Sheila (Sheron Menezzes). Um menino se destacou em suas aparições, Nilson (todos trocam o seu nome), interpretado por JP Rufino. A população é simples e supersticiosa, apegando-se à ideia de haver monstro sinistro que deixa marca no rosto humano. Com cenas gravadas na Amazônia, Chapada Diamantina (BA) e Casemiro de Abreu, RJ, (o que corrobora que a emissora não poupou investimentos no folhetim em questão), a ação foi e está garantida para os próximos meses. Com montagem ágil, editada com primor e angulações inventivas, perceberam-se ares notórios de um “thriller”, o que não é comum para a faixa escolhida na grade da Rede Globo. O enredo se fez acompanhar por quase toda a hora por músicas joviais e trilha incidental apropriada. A abertura é vívida, alegre, colorida, com a ótima canção composta por Roberto Carlos na voz de seu parceiro Erasmo Carlos. A câmera “passeia”, “viaja” por inúmeros lugares, com edição “picotada”, ela “vai” e “volta”, “aproxima-se” e se “distancia” flagrando um Vinícius Tardio com a mochila, uma Juliana Paiva na mansão e Thiago Rodrigues com a infalível “bike”. A cidade grande, a selva e árvores exóticas, espelhos d’água, vastos campos verdes com crianças brincando, uma natureza exuberante dão um saboroso aperitivo aos telespectadores do que vão encontrar ao assistir à novela. Há uma proposta no ar, e que deve ser cumprida, de que ânimos desejosos por boa teledramaturgia serão “atendidos” a contento. Preparem-se para o suspense, para a emoção, para o romance, para a aventura e para a juventude com espírito audaz. Tudo isso está bem perto de você, logo ali, “Além do Horizonte”, e poderá inclusive iniciar a sua própria busca pela felicidade.

Categorias: TV

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