Blog do Paulo Ruch

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Os atores Rodrigo Sant’Anna e Thalita Carauta, como Valéria e Janete, respectivamente, no metrô do programa humorístico “Zorra Total”/Foto: Blenda Gomes/TV Globo

 

Para mim, os personagens de Rodrigo Sant’Anna e Thalita Carauta chegaram aos poucos. O percebimento da repercussão daqueles no humorístico da Rede Globo, “Zorra Total”, deu-se ora por comentários e elogios nas redes sociais, ora por matérias veiculadas nas mídias especializadas. Era hora então de eu mesmo conferir o que Valéria Vasques e Janete tinham a me dizer. E o que vi me provocou gargalhadas que há muito não dava em se tratando de programas do gênero. Tudo se passa num lotado vagão de metrô. A transexual Valéria, cujo nome era Valdemar, abolido após operação de mudança de sexo, é sempre descoberta por sua amiga Janete, que cisma em chamá-la de início, e em alto e bom som, pela identificação de origem. O relacionamento de ambas é dúbio. Uma amizade que funciona à sua maneira. E talvez esteja aí o segredo do sucesso do quadro que se tornou a grande atração das noites de sábado. A caracterização de Valéria Vasques (roupas coloridíssimas e maquiagem carregada) é de maneira proposital “over”. E por esta causa risível. Janete não fica atrás, haja vista que ganhara peruca desproporcional à fragilidade de seu corpo, além da vestimenta simplória. Os tons e inflexões de vozes de Rodrigo e Thalita contribuem sobremaneira para alimentar o humor da situação. Há ainda outros elementos de comicidade singular que merecem citação. As cantorias inesperadas da transexual sejam em Inglês ou Português; o fato de Valéria comumente indicar a semelhança de alguém que lhe está próximo com alguma celebridade; e quando ordena às pessoas para que parem com a “palhaçada de baterem palmas pois não é seu aniversário”. Agora, quanto ao caráter dúbio sobre o qual falei “a priori” que sublinha a relação das duas (sim, no feminino), faz-se obrigatório mencionar a saraivada de impropérios (alguns poderão argumentar que são politicamente incorretos) que são dirigidos à moça de compleição franzina. Como pode uma amizade se sustentar desta forma? Suponho que por duplo motivo: Valéria alterna esta postura ofensiva e eivada de agressividade com outra na qual demonstra afeto; e a propalada inocência de Janete que a impele a crer que as desfeitas, em sua maioria estéticas, são frutos de brincadeira. E o que torna o papel de Thalita tão engraçado quanto o de Rodrigo? A jovem se acha sexy, sedutora, e discursa com palavras que beiram o pouco usual a impressão que tem acerca de seus desejos próprios, e a beleza que julga possuir. Ademais, um acontecimento corriqueiro quando elas invariavelmente se encontram garante riso certo nos telespectadores. Existe de modo infalível um homem que se posiciona por trás de Janete, e a bolina. A reação da assediada é hilariante. E a experiência termina com ela indignada reclamando com a parceira a respeito da tentativa de conquista. E Valéria decide tomar as dores da “vítima”. Só que sua carne é fraquíssima. E se deixa repetidas vezes se encantar pelos supostos atributos do bolinador. O percurso do metrô indica o destino final. Valéria e Janete aprontaram tudo o que tinham o que aprontar. Deram o seu recado. Um recado que transformou o quadro do “Zorra Total” em sucesso total. E já se pode falar na próxima semana sobre as últimas das passageiras de metrô mais famosas da atualidade.

Categorias: TV

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