Blog do Paulo Ruch

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Foto: João Miguel Júnior/TV Globo

Um jovem de cabelos encaracolados castanhos que contrastam com olhos azuis, e barba rala clara. Um jovem milionário de jeans surrado com pensamentos franciscanos. Pensamentos franciscanos conflitantes com pensamentos paternais nada franciscanos. Este é Márcio, personagem de Thiago Fragoso, que gostava de tocar seu trompete dourado no metrô, nas ruas, sem destino, no “remake” de “O Astro”, de Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro, adaptado da obra de Janete Clair. E o som do trompete dourado em certo momento despertou e encantou moça simples e bela de lábios carnudos chamada Lili (Alinne Moraes). O autor do som também a despertou e a encantou. Um encontro no metrô. Já em festa suntuosa, após não mais suportar o embate implacável que mantinha com o pai, Salomão Hayalla (Daniel Filho), mostra-se aos presentes que presente está nu e cru. Sai de casa, e vaga errante pelas calçadas da cidade. O dourado trompete é roubado. Não há música. O músico está com fome. Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi), o senhor das mágicas e seduções, surge, e lhe dá o que comer, além de um teto. Constrói-se uma amizade. O homem do turbante e da pedra ametista cumpre papel de conselheiro. E no meio do caminho existe não uma pedra, e sim Jôse (Fernanda Rodrigues), dócil e bonita fotógrafa que para ela a imagem perfeita é a de Márcio, que será pai de seu filho, gerado tendo a noite por testemunha. Lili, a do metrô, que já deixou o perfume que usa em salão de beleza e supermercado, e que agora o deixa em assento de táxi, envolveu-se com o poderoso Salomão. Uma rede se forma, sem que pudesse ter se formado, já que Lili e Márcio se uniram. O poderoso os flagra. E tomado de ódio fica. Assim, o patriarca tirano enfrenta tudo e todos. Sente-se traído. Em outra festa na mansão que possui, um algoz resolveu deixá-lo sem defesas. E “o terror das gôndolas voa sem asas ao lado de botão criminoso rumo ao jardim”. O filho com quem sempre brigara é o único a chorar o pranto honesto, segurando as mãos e a cabeça lânguida do pai vitimado. Os abutres irmãos de Salomão se alvoroçam com sanha no desejo de ocupar o poder vazio. Com o apoio da mãe Clô (Regina Duarte) e Herculano, Márcio assume a presidência do Grupo Hayalla. Os abutres grasnam. O rapaz parece se fortalecer em meio aos conluios espúrios dos tios. Chega a gritar com Clô como o próprio pai costumava fazer. Tem visões esclarecedoras com a imagem de seu ascendente. A fortaleza por vezes se soma a um cansaço que a maioria dos bravos por direito sentem. Até que ponto conseguirá Márcio esconder dos abutres o lixo que os alimenta? Enquanto isso, bem que Márcio Hayalla poderia pegar o seu trompete dourado, ir até ao metrô, e tocar não para seduzir uma Lili, mas para sentir o gosto da felicidade que outrora sentia.

Categorias: TV

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