Foto: Divulgação do filme
Lançado originalmente na Netflix, “Roma” é um dos filmes mais aclamados do momento, tendo recebido 10 indicações ao Oscar, incluindo “Melhor Filme”, “Melhor Diretor” e “Melhor Filme Estrangeiro”
Houve no último dia 24, no Cine Arte UFF, em Niterói, no Rio de Janeiro, uma sessão exclusiva em película de um dos mais aclamados filmes do momento, “Roma”, de Alfonso Cuarón, vencedor do Leão de Ouro em Veneza, dois Globos de Ouro (filme e diretor), sendo indicado ainda a 10 Oscars, incluindo Melhor Filme, Diretor, Atriz (Yalitza Aparicio), Melhor Atriz Coadjuvante (Marina de Tavira), Melhor Roteiro Original e Melhor Fotografia (ambos de Alfonso Cuarón), e Melhor Filme Estrangeiro. A obra, originalmente lançada e disponível na Netflix, possui grandes chances de levar estatuetas para casa, inclusive Filme e Diretor.
Alfonso Cuarón, que já recebeu um Oscar pela superprodução espacial “Gravidade”, faz um drama humanista e realista, com impactante fotografia em p & b que nos remete ao neorrealismo de Vittorio de Sica
O respeitado cineasta mexicano Cuarón, que já recebeu um Oscar por sua direção da superprodução espacial “Gravidade” (2013), resolveu, dessa vez, mergulhar fundo em suas raízes, sendo o responsável absoluto pela criação de um drama humanista, realista e contundente sobre a relação de afeto (sem preterir as regras de hierarquia social) entre a empregada doméstica Cleo (Yalitza Aparicio) e a família de classe média branca para quem trabalha (como a patroa Sofia, Marina de Tavira) e seus quatro filhos pequenos), no bairro Roma, na Cidade do México, no início da década de 70. Alfonso não deixa de retratar, escorado em sua belíssima e impactante fotografia em p & b, que nos remete ao neorrealismo de Vittorio De Sica, a miserabilidade e o caos urbano de um México remexido por questões políticas e manifestações estudantis violentas.
Yalitza Aparicio, a primeira indígena indicada ao Oscar, é um dos destaques de “Roma”, cujo roteiro coloca uma lente de aumento na vida de pessoas diferentes, que se veem unidas, através do afeto, pelos sofrimento, solidão e abandono que lhe são comuns
O roteiro nos mostra uma narrativa própria, com ritmo desacelerado, preocupado em colocar uma lente de aumento na vida cotidiana daquelas pessoas tão diferentes e próximas entre si, unidas pelo sofrimento, solidão e abandono. Yalitza Aparicio (em sua estreia nas telas), a primeira indígena indicada ao Oscar, comove com a sua doçura, seu olhar triste e seu sorriso desencorajado. Roma integra um seleto grupo de filmes que busca a investigação da alma humana, elevando o afeto como emoção máxima de união entre os seres.
Assista ao trailer: