Blog do Paulo Ruch

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Anthony Hopkins, como Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, e Jonathan Pryce, como Jorge Bergoglio, o futuro Papa Francisco/Foto: Divulgação

 

“Dois Papas”, que marca o retorno de Fernando Meirelles à direção de filmes, junta-se à irresistível galeria de obras cinematográficas que abordaram a vida instigante e misteriosa dos Sumos Pontífices 

Filmes sobre papas sempre despertam a curiosidade do público cinéfilo, provavelmente devido aos mistérios e transcendência atinentes ao cargo de Sumo Pontífice, sua potencial intangibilidade e o alcance político de suas decisões no mundo. Caso contrário, obras como “As Sandálias do Pescador” (1966), com Anthony Quinn, e “Habemus Papam” (2011), de Nanni Moretti, sendo drama ou comédia, não teriam feito tanto sucesso. Após um hiato de cinco anos, o consagrado Fernando Meirelles retoma a batuta de cineasta com louvor máximo ao conduzir com elegância, ironia refinada e profunda pesquisa histórica seu mais novo longa, “Dois Papas” (“The Two Popes”, Reino Unido, ITA, ARG e EUA, 2019), roteirizado por Anthony McCarten (Roteirista do Ano no Hollywood Film Awards 2019), que elaborou um enredo lapidar, cujo memorável jogo dinâmico de diálogos se impõe como um dos elementos fundamentais da produção da Netflix.

O longa, cuja trama compreende o período da morte do Papa João Paulo II em 2005, e a renúncia de Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, mostra-nos com humor e inteligência o encontro com rico debate de ideias entre Ratzinger e o novo eleito para assumir a liderança da Igreja Católica, o argentino Jorge Bergoglio 

Baseado em fatos reais, “Dois Papas” esmiúça o período entre 2005, com a morte de João Paulo II e a controvertida eleição do alemão Joseph Ratzinger, Bento XVI, e 2013, com sua inesperada renúncia, motivada pela prisão de seu secretário especial, omissão de abusos sexuais e escândalos financeiros, e a eleição do argentino Jorge Bergoglio, o Papa Francisco. Neste lapso de tempo, Fernando explora magistralmente o encontro desses dois homens emblemáticos para a história recente do Catolicismo, marcados por ideias, posições e personalidades tão diversas. O que se vê entre a figura conservadora e elitista de Bento XVI e a simbolização da simplicidade de Bergoglio é a materialização de um embate interpessoal sem tréguas em que são discutidos com inteligência temas como a fé, Deus e os dogmas católicos, sem que o tom leve e bem-humorado seja preterido. Sir Anthony Hopkins e Jonathan Pryce , como Bento e Francisco, respectivamente, estão magníficos, atingindo o ponto da perfeição interpretativa. Titãs absolutos em cena. Como Francisco jovem, o argentino Juan Minujín.
se destaca. A fotografia do uruguaio radicado no Brasil Cesar Charlone é exuberante.

A obra de Meirelles, que nos leva à vasta reflexão, recebeu três indicações ao Oscar 2020 

“Dois Papas”, com três importantes indicações ao Oscar 2020 (Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Ator para Jonathan Pryce e Melhor Ator Coadjuvante para Anthony Hopkins) é um filme fenomenal, obrigatório e imparcial, destinado à vasta reflexão.

Assista ao trailer do filme:  

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