
Muitas atrações cujos temas são voltados para o isolamento social em decorrência da pandemia surgiram em diferentes plataformas, destacando-se entre elas a estrelada e roteirizada por Bruno Mazzeo
Neste momento insólito pelo qual passamos, reféns de uma pandemia sem precedentes no país há mais de um século, com o isolamento social recomendado, e as TVs abertas, a cabo e o streaming se firmando como algumas escolhas de lazer disponíveis para os confinados, pululam nos mesmos atrações que atribuem ao tema o seu mote principal. É o caso da divertida e muito bem realizada série multiplataforma “Diário de Um Confinado”, uma criação de Bruno Mazzeo (ator e também roteirista) e Joana Jabace, sua esposa, a quem coube a função de diretora artística, na Rede Globo. Somam-se à inspirada equipe de roteiristas Rosana Ferrão, Leonardo Lanna e Verônica Debom.
A própria casa de Bruno Mazzeo serviu como única locação da série, sendo que quase tudo referente à produção fora feito de modo remoto
Com a casa do intérprete servindo de locação, sofrendo certas adaptações, quase tudo fora feito remotamente, como as avaliações de figurino e arte (houve o envio de determinados objetos), e a participação dos atores, com a exceção de Debora Bloch, que é vizinha real de Bruno. Só um profissional técnico, após isolamento no local, trabalhou presencialmente, o diretor de fotografia Glauco Firpo.
O enredo é desenvolvido em cima da figura de um homem solteiro de classe média que por contingências da pandemia se depara com uma infinidade de ações higienizantes de proteção, além de ser vítima dos conflitos psicológicos ocasionados por uma rotina (ou falta de) solitária forçada
A história é focada em Murilo, um homem solteiro, de classe média, que se defronta com todos os tipos de vicissitude decorrentes do confinamento, que vão desde os inúmeros cuidados de higiene preventiva aos percalços psicológicos de uma vida solitária forçada por meses. Murilo, já paranoico, tem que enfrentar as paranoias em sua potência máxima de sua vizinha (Debora Bloch, impagável) e de sua mãe (Renata Sorrah, maravilhosamente cômica). Entre uma engraçada sessão de análise interrompida e outra por uma doutora à beira de um ataque de nervos representada por Fernanda Torres (perfeita na neurastenia), Murilo se vê às voltas com a “embalagem perigosa” de uma pizza e os ataques virtuais ninfomaníacos de uma paquera, uma hilária Luciana Paes.
Não se pode negar a qualidade técnica da produção, como se tivesse sido feita em um estúdio. Tudo merece louvor: roteiro, direção, atuações, fotografia, som. “Diário de Um Confinado” é como aquela pizza que se pedia nos sábados pré-pandemia: saborosa, sempre queríamos mais uma fatia e cheia de bons ingredientes. E, claro, com uma embalagem que não fosse uma vilã.
Assista ao teaser da série:
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Olá. Eu gostaria muito de poder fazê-lo, mas outras atividades me impedem. Agradeço imensamente a sua sugestão.
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