Blog do Paulo Ruch

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Alanis Guillen vive a arredia Juma Marruá no remake de “Pantanal”/Foto: TV Globo/João Miguel Júnior

“Pantanal” conta a saga de uma família em uma região que nos é tão distante mas ao mesmo tempo tão íntima

As dúvidas quanto ao sucesso de uma novela fazem parte de sua realização. As dúvidas quanto ao sucesso de um remake são ainda maiores. Bruno Luperi, indômito como um peão, recebeu o aval de seu avô, o grande contador de causos Benedito Ruy Barbosa, para adaptá-la para a Rede Globo em seu horário nobre (Bruno foi um dos colaboradores de Benedito em “Velho Chico”, novela exibida em 2016 pela mesma emissora). Desde a sua estreia no final de março o país tem parado em frente à TV para acompanhar a saga de uma família em uma região que nos é tão distante mas ao mesmo tempo tão íntima. A trama, que conta com a magistral e inebriante direção artística de Rogério Gomes e Gustavo Fernández, resgata profundamente o Brasil que estava silenciado dentro de nós. Além de nos entreter e emocionar, os capítulos de “Pantanal” despertam a nossa consciência sobre o inacreditável patrimônio ambiental que possuímos, recrudescendo nossas ânsias de luta em preservá-lo (e a nós mesmos).

O elenco da trama das 21h assume com brilho a alma dos personagens

Ademais, não são vezeiras as ocasiões em que se reúne em uma obra, dentre revelações e veteranos, tantos atores que assumiram com brilho a alma de seus personagens. Alanis Guillen, como Juma, transforma o selvagem em belo, encantando-nos com seu enorme talento. Par perfeito de Alanis, Jesuita Barbosa nos causa distintas emoções com a complexa construção de seu Jove. E o que se pode dizer da firmeza de Guito (Tibério), do magnetismo de Gabriel Sater (Trindade), da sensibilidade de José Loreto (Tadeu), do desejo ensandecido de Leandro Lima (Levi) e da crueza desconcertante de Juliano Cazarré (Alcides)? E a jovem atriz Bella Campos que transita tão bem pela ambiguidade de Muda? Quanta luz e força há em cena quando vemos Osmar Prado (Velho do Rio), Marcos Palmeira (José Leôncio), Dira Paes (Filó), Almir Sater (Eugênio), Irandhir Santos (José Lucas), Camila Morgado (Irma), Murilo Benício (Tenório), Isabel Teixeira (Maria Bruaca) e Selma Egrei (Mariana). Julia Dalavia, como Guta, mistura doçura e maturidade em seus momentos. Todos são potências naturais do Pantanal.

História, música e imagens provocam a contemplação do público

“Pantanal”, com sua história envolvente, lindas trilha sonora (produção musical de Rodolpho Rebuzzi e Rafael Luperi) e imagens (direção de fotografia de Sergio Tortori e Henrique Sales) e realismo mágico fascinante, torna-nos mais contemplativos, serenos, em meio a um panorama atual do mundo tão desolador e triste. “Pantanal” nos faz juntar os pedaços de palavras de Juma e escrever “ESPERANÇA”.

Categorias: TV

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