
Escrita por Jorge Furtado e Janaína Fischer, com ideia original de Domingos Oliveira e Maria Ribeiro, a série da Rede Globo “Todas As Mulheres do Mundo” fala essencialmente sobre o amor, suas relações e desfechos, tendo como fonte inspiradora vários textos do dramaturgo e roteirista, como o filme homônimo de 1966
Se os apreciadores do tema “amor” quiserem se aprofundar sobre este sentimento que move o mundo não irão se desapontar se forem buscar suas causas e efeitos na insuspeita fonte contida na rica obra de Domingos Oliveira, ator, dramaturgo, roteirista e diretor. E é a partir desta fonte, incluindo o filme homônimo de 1966, estrelado por Paulo José e Leila Diniz, que Jorge Furtado e Janaína Fischer escreveram a bela série da Rede Globo (também disponível no Globoplay) que estreou na última terça, “Todas As Mulheres do Mundo”, uma ideia original do próprio Domingos e de Maria Ribeiro. As outras obras que serviram de referência aos autores foram os textos de “Edu, Coração de Ouro”, “Amores”, “Separações”, “Os Inseparáveis”, “A Primeira Valsa”, “BR 716” e “Largando o Escritório”.
A mesma trinca bem-sucedida de diretores da série “Shippados”, Patrícia Pedrosa (direção artística), Ricardo Spencer e Renata Porto D’Ave (diretores) são responsáveis pela condução da história de Paulo, um sedutor arquiteto que se encanta pela beleza da bailarina Maria Alice em uma noite de Natal, representados respectivamente por Emilio Dantas e Sophie Charlotte
Com as primorosas direção artística de Patrícia Pedrosa e direção de Ricardo Spencer e Renata Porto D’Ave (trinca bem-sucedida de “Shippados”), o primeiro episódio, “Maria Alice”, apresenta-nos o protagonista Paulo, Emilio Dantas (ator que reafirma o seu grande talento a cada trabalho), um arquiteto/artista/poeta sedutor incorrigível que, numa alegre noite de Natal em sua casa, onde festeja sua animada amiga Laura (a ótima Martha Nowill), uma divertida mulher que deseja engravidar antes dos 40, conhece “o grande amor da sua vida”, a linda bailarina Maria Alice (Sophie Charlotte, iluminada). Nesta mesma noite natalina, Paulo recebe de seu amigo, o desiludido Cabral (Matheus Nachtergaele, sempre bom), a missão de cuidar temporariamente de seu adorável cão Oliveira. Maria Alice decide acabar com o seu noivado e mergulhar de cabeça nessa aventura poético/romântica com Paulo, com direito a idas à praia, passeios noturnos cariocas e horas intensas de amor.
Um dos maiores atrativos da série é a luxuosa produção musical de Rafael Langoni Smith e Iuri Cunha, que traz na abertura de cada episódio uma celebrada cantora, como Marisa Monte no primeiro, dando a sua versão para o clássico romântico de Pixinguinha “Carinhoso”
Os diretores imprimem fluidez e dinamismo às cenas, sem perder o lirismo. Dante Belluti, diretor de fotografia (também de “Shippados”), usa matizes solares e se esmera nas externas noturnas. A edição final de Cris Carneiro nos leva para uma montanha-russa de emoções. A produção musical maravilhosa de Rafael Langoni Smith e Iuri Cunha com clássicos na voz de Marisa Monte, como o tema de abertura “Carinhoso”, de Pixinguinha (haverá outras cantoras o interpretando a cada episódio, ao todo são 12, como Rita Lee, Maria Bethânia e Céu), enlaça qualquer espectador. Além da abertura, Marisa nos enterneceu com alguns de seus sucessos, como “Depois” e “O Que Se Quer”. Completam o inspirado elenco deste capítulo Ricardo Gelli (Leopoldo, o noivo de Maria Alice), Paula Possani (a veterinária Dra. Tânia) e Pedro Henrique Cassiano (Vitor, bailarino amigo de Maria Alice). “Todas As Mulheres do Mundo” traz ao público no momento certo a glorificação do amor, tão defendida por Domingos Oliveira. Todos os amores de Domingos, inclusive à vida, estão nesta apaixonante série.
Assistam ao trailer da série: