Foto: Divulgação do espetáculo
Noite chuvosa. Noite para ver “Mais Uma Vez Amor”. Cheguei ao teatro. Havia um rapaz refestelado em meu assento. Firme, mas não deselegante, avisei-lhe de que aquele me pertencia. Começa a peça. Erom Cordeiro e Deborah Secco surgem pela plateia. Nunca havia assistido a ambos no teatro. Erom, encontrara uma vez, em uma festa no Rio de Janeiro. O ator estava sob a forte repercussão de seu papel em “América”. Cumprimentei-o cordialmente. O espetáculo já fora encenado em tempos idos por Marcos Palmeira e Luana Piovani. Após fazerem “tournée” pelo Brasil, Cordeiro e Secco apresentam-se em curta temporada em terras fluminenses. O que depreendi depois de ter visto a encenação? Dois intérpretes com forte sintonia em cena. Algo importante se levarmos em conta a proposta do texto de Rosane Svartman, Lulu Silva Telles e Ricardo Perroni. Em resumo, é uma trama sobre um casal que atravessa etapas, representadas por momentos simbólicos históricos, e que tem que lidar com inevitáveis mudanças externas e pessoais. Há instantes de drama e comicidade. De forma contextualizada, o sensual se faz existir. E esta sensualidade é cumprida pela beleza física da dupla. A direção do prolífico e competente Ernesto Piccolo é acertada. Ernesto possui compreensão cênica. A trilha sonora, selecionada com esmero, reporta-nos a épocas de outrora. Ficamos tomados por nostalgia. A cenografia é funcional, com biombos transparentes para a troca de figurinos. Destacam-se projeções de bom gosto. O saldo é favorável ao público, que parece se sentir feliz com o que testemunhara. Se houver uma palavra para definir “Mais Uma Vez Amor” é “leveza”. E ao fim, saímos leves. Aguardemos Erom Cordeiro em relevantes filmes, como o “O Palhaço” e “Paraísos Artificiais”. E Deborah, na novela “Insensato Coração”, e no longa “O Doce Veneno do Escorpião”.