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lucinda
Foto: Divulgação/TV Globo

Na sexta-feira passada, a atriz Vera Holtz, que interpreta Lucinda, “a mãe do lixão”, na novela de João Emanuel Carneiro, “Avenida Brasil”, teve a oportunidade de mostrar ao público toda a sua força cênica ao atuar ora com Nathalia Dill (Débora) ora com Débora Falabella (Nina). Em ambos os momentos, houve acaloradas discussões, e Vera, de nenhum modo, extrapolou os limites de uma performance considerada precisa. Não cometera o imperdoável erro do “overacting”. E, claro, isso a faz ser um dos destaques da trama das 21h, tendo o apoio de uma boa personagem. Lucinda é protetora, caridosa, cheia de generosidade, uma “mãezona” (ampara com alegria e prazer algumas crianças que trabalham no lixão), e brava (enfrenta Nilo, papel defendido por José de Abreu, a despeito das ameaças que sofre). O passado que carrega é nebuloso. Há muitos mistérios que o rondam. Nilo até já insinuou que ela pode ter tirado a vida de alguém em certa ocasião. Agora, depois de ter criado Nina/Rita (Mel Maia na fase infantil) e Batata/Jorginho (Bernardo Simões e Cauã Reymond, respectivamente), empenha-se pela união definitiva dos dois. Só que há a resistência da moça que criara quando menina, que não abre mão do plano de vingança contra Carminha (Adriana Esteves). Quanto à atriz, nasceu em Tatuí, interior de São Paulo. Cursou a EAD (Escola de Arte Dramática), e a UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). A estreia nos palcos foi em uma peça de Oduvaldo Vianna Filho, “Rasga Coração”. Integrou o respeitado Grupo Tapa. Bibi Ferreira a dirigira em texto de Maugnier, “E Agora, Hermínia”. Trabalhara também com Celina Sodré. O polêmico encenador Gerald Thomas a conduziu em “Eletra Com Creta”. Deu a sua contribuição ao espetáculo que narra a vida e obra do escritor irlandês James Joyce, “Ópera Joyce”, de Alcides Nogueira. Já na companhia teatral de Antonio Abujamra, foi uma das atrizes de “Um Certo Hamlet” (recebeu o Prêmio Shell de Melhor Atriz), além de ter feito “Phaedra”, de Racine, e “O Retrato de Gertrude Stein Quando Homem”, de Alcides Nogueira. Esteve em “A Volta ao Lar”, de Harold Pinter. Juntou-se ao Bando de Teatro Olodum, e montou “Medeamaterial”, de Heiner Müller. Protagonizou e ganhou inúmeras láureas com “Pérola”, cujos texto e direção eram de Mauro Rasi. Estão no seu currículo ainda textos de Samuel Beckett, Bertolt Brecht e João Bethencourt. Na televisão, marcou-nos com diversas personagens: a Fanny de “Que Rei Sou Eu?”; a intrigante Angélica da minissérie “Desejo”; Quitéria, a mãe que vivia em busca do filho em “A Próxima Vítima”; Marta, a patroa que mantém tórrido romance com o empregado (o ator Taiguara), em “Presença de Anita”; a professora alcoólatra Santana de “Mulheres Apaixonadas”; a ricaça Ornela que pagava garotos de programa em “Belíssima”; Marion Novaes, mãe desnaturada em “Paraíso Tropical”; a vilã de “Três Irmãs”, Violeta Áquila; a humilde e trabalhadora Candê de “Passione”; e agora a Lucinda de “Avenida Brasil”. No cinema, podemos mencionar “O Menino Maluquinho”; o filme da Retomada, “Carlota Joaquina, Princesa do Brazil”; “Tônica Dominante”; “Apolônio Brasil, Campeão da Alegria”; “Bendito Fruto” e “Anjos do Sol”. Sendo assim, ao percebermos que a artista em questão possui carreira tão vasta e rica, e tido como parceiros de trabalho importantes nomes, sempre demonstrando seu inquestionável talento, já que na novela das 21h ela é a “mãe do lixão”, não seria exagero dizer que Vera Holtz é na vida profissional uma das “mães da atuação”.

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