Foto: editorial de moda para a GQ BRASIL/Daniel Klajmic
Alguns podem estar se perguntando o porquê de eu me referir a Cauã Reymond (que vive o Jorginho de “Avenida Brasil”, e esteve nos filmes “Estamos Juntos”e “Meu País”) como “gavião”. Simples. Cauã, na língua indígena tupi, significa gavião. E sempre achei isto interessante. Aliás, ano passado, vi tardiamente “Ódiquê?”, filme dirigido por Felipe Joffily, no qual há elenco formado por jovens atores que muito se destacam. Além de Cauã, Dudu Azevedo, Alexandre Moretzsohn e Leonardo Carvalho. E com este seu primeiro longa, Cauã Reymond recebeu elogios da crítica. Recomendo-lhes. Saindo desta seara, e indo para a TV, há tempo não muito longo, fez o atormentado Danilo, em “Passione”, de Silvio de Abreu. E assim como Bruno Gagliasso, escalado foi em diminuto lapso para o folhetim de Duca Rachid e Thelma Guedes, “Cordel Encantado”. O personagem foi Jesuíno, filho de Cláudia Ohana (Benvinda) e Domingos Montagner (Herculano), este uma espécie de liderança cangaceira em épocas passadas. E Benvinda não desejava que Jesuíno viesse a saber desse episódio. Ao contrário do pai, que almejava que no futuro o descendente fosse substituí-lo. O moço foi criado longe da família, e cresceu junto a Açucena (Bianca Bin), por quem se apaixonou. Este foi basicamente o enredo que envolveu o papel de Cauã. Agora, podemos desenhar um traçado de como se deu a trajetória do artista até o presente momento. A princípio, fora modelo, tendo experimentado temporada em Milão e Paris, e trabalhado com importantes estilistas, fotógrafos e modelos como ele. Só que Cauã já tinha em mente a vontade de ser ator, e assistiu a aulas de Susan Batson (“coach” de renomados intérpretes de Hollywood). A carreira na televisão começa bem, logo em duas temporadas de “Malhação”, atração para adolescentes na qual viveu Mau Mau. Caiu nas graças deste público. E o sucesso o levou a ser um dos rebentos de Mamuska (Rosi Campos), em “Da Cor do Pecado”, de João Emanuel Carneiro, fato que o tornou mais popular ainda, atingindo outras faixas de telespectadores. Participa de obra de Walther Negrão, “Como Uma Onda”. Mas o melhor estaria por vir, em termos de repercussão efetiva. Personifica garoto de programa (Mateus) que esconde esta condição de sua tradicional família de ascendência grega, em “Belíssima”, de Silvio de Abreu. Houve ótimas cenas com fiel cliente, Ornela (Vera Holtz). Todavia, uma em particular, chamou-me a atenção. Em refeição com os familiares, Cauã Reymond tivera que realizar forte cena dramática. E dela não me esqueci. E nesta mesma novela, nutria paixão por bela moça chamada Giovanna (Paola Oliveira). O epílogo ao lado de Bia Falcão (Fernanda Montenegro) causou polêmica. Para mim, boa sacada do autor. Depois de “Eterna Magia”, de Elizabeth Jhin, ótima chance irrompe: “A Favorita”, de João Emanuel Carneiro, que inovou pela abordagem dinâmica da trama. O personagem que lhe coube (Halley) no limiar da história possuía certas nuanças cômicas. Porém, no decorrer dos capítulos, a personalidade obteve um contexto mais sério, e que se adequou apropriadamente para o desenvolvimento do que nos era contado. Ganhara diversos prêmios. E ficara com a mocinha da história Lara (Mariana Ximenes). Quanto ao cinema, contribuíra para vários longas-metragens. Mérito para alguém tão jovem. Afora o citado “Ódiquê?”, destaquemos “Divã”, de José Alvarenga Jr., “À Deriva”, de Heitor Dhalia, dentre tantos. Agora, Cauã Reymond deparou-se com a missão de dar vida à rapaz bastante diverso, de caráter regional, criado por autoras com as quais nunca emprestara a imagem. Intimidade com o veículo, ele já tem. Então, tudo leva a crer que agradará aos que irão prestigiá-lo.