Quase sempre quando vejo Bianca Comparato em cena na novela das 21h da Rede Globo, de João Emanuel Carneiro, lembro-me da primeira vez que lhe assisti em uma produção do gênero. Fora em “Belíssima”, de Silvio de Abreu, cuja personagem Maria João tinha características masculinizadas, e nutria forte paixão pelo mecânico Pascoal (Reynaldo Gianecchini). Ela era uma das filhas de Katina (Irene Ravache). Agora, como Betânia, interpreta a melhor amiga de Nina/Rita (Débora Falabella), com quem criara laços ao conviverem na infância. Depois, cada uma tomou seu rumo. Até que Nina volta da Argentina com o seu plano de vingança contra Carminha (Adriana Esteves) já todo arquitetado. E reencontra a amizade antiga como frentista de um posto de gasolina. Combinam entre si que Betânia assumiria a identidade da outra, adotando um visual rebelde. Carmen Lucia ao descobrir que a desafeta de tempos está morando em Copacabana, decide ir até lá. O encontro não foi dos melhores. As lembranças que vieram à tona foram desgastantes. A mulher de Tufão (Murilo Benício) propõe que uma não se meta na vida da outra. E assim fica temporariamente acordado. A mãe de Jorginho (Cauã Reymond) então descobre que o filho conhecera Rita no lixão, e que ambos já se viram. Resolve tirar satisfações, e por ironia, leva consigo Nina, que testemunha a amiga sofrer agressões físicas da vilã. Acontece uma série de desdobramentos na trama (chantagem de Nilo, papel de José de Abreu; rompimento do casal Jorginho/Nina etc.). Numa ocasião diversa, o jogador conversa com a mãe, e toma conhecimento que Rita usa um “piercing” no nariz, e associa os fatos. Deseja tirar tudo a limpo, e ao chegar ao apartamento da ex-namorada se surpreende ao se deparar com Nilo cheio de pose ao lado de Betânia, que por sinal fora a “madrinha” de seu noivado com Rita. Sua cabeça fica mais do que confusa. Toma a decisão de procurar a chef de cozinha, e colocá-la contra a parede. Resta saber o que a moça inventará dessa vez. Quanto à trajetória artística de Bianca Comparato, que é filha de Doc Comparato, tudo se iniciou quando perceberam que ela se destacou bastante no curso de teatro do colégio, a Escola Britânica do Rio de Janeiro. E ganhou uma bolsa para estudar em Londres na Royal Academy of Dramatic Arts. No retorno ao Brasil, formou-se em Cinema pela PUC-RJ. A estreia nos palcos foi em “O Ateneu”, de Raul Pompéia. E na televisão, dera os primeiros passos em “Carga Pesada” e “Senhora do Destino”. Veio “Belíssima”, que a projetou. Passou a colecionar um sem-número de participações na TV, como em “Cobras & Lagartos”, “Toma Lá Dá Cá”, “Antônia”, a minissérie “Amazônia, De Galvez a Chico Mendes”, “A Vida da Gente”, “Tapas & Beijos” e “As Brasileiras”. No teatro, fez parte do elenco de “Últimos Remorsos Antes do Esquecimento”, “A Fruta e a Casca”, montagem inspirada em “Dom Casmurro”, “Rock n’ Roll” e “A Escola do Escândalo”. Esteve presente em duas temporadas da série da HBO “Aline”, como Kelly. No cinema, emprestou seu talento a “Anjos do Sol” e a “Como Esquecer”. E, por fim, quanto a Betânia, não me parece que irá abandonar a amiga em seu irredutível plano de vingança. Nem que para isso tenha que levar uns tapas de Carminha, e receber Nilo em sua casa. Isso é que é parceira!