“Ela é modelo e apresentadora. Eu vou conversar com Mariana Weickert!”. Desta forma, Jô Soares anunciou a sua primeira convidada da noite. Com belos cabelos loiros (que ela diz nunca ter tido trabalho com os mesmos), camisa de botões escura e mangas longas, calça de couro com cor próxima ao grafite, escarpins e uma quase imperceptível pulseirinha no tornozelo, Mariana senta-se no famoso sofá. A conversa vai logo ao ponto quando o apresentador lhe perguntou quando descobriu que seria modelo. Mariana nasceu em Blumenau, Santa Catarina, que é cidade considerada polo têxtil muito forte. Lá, há dois clubes que as famílias costumam se dividir ao frequentá-los. Grandes malharias do local promoviam desfiles de caráter beneficente. Todas as meninas, ainda bastante pequenas, inclusive Mariana, participavam. Após ter crescido, tornado-se alta e magra, os convites escassearam. Os concursos de moda de maior porte não eram tão divulgados. Mariana se inscreve em um deles, que organizaria a sua final onde morava. Todavia, cerca de 2.000 meninas se inscreveram. A modelo tinha 15 anos, e agradou com sua postura. A carreira deslanchou. Rumou para São Paulo desfilar no Morumbi Fashion (hoje chamado de São Paulo Fashion Week). O evento já era organizado por Paulo Borges. Permaneceu 20 dias no Brasil, e seguiu para Milão, a primeira viagem. Convidaram-na para desfilar em Paris para a Armani Exchange. Em sua estada, pela fase que estava vivenciando, Mariana sofreu alguns medos que qualquer pessoa da sua idade em outro país experimentaria. Em janeiro de 1999, foi a Nova York, sendo que todo o semestre passado esteve no Brasil. O papo então se direciona para o programa “Vamos Combinar”, em que a entrevistada é apresentadora no canal GNT. Convida Jô a comparecer à atração. Para se fechar o programa citado, são necessárias 3 diárias somente com gravações externas. A ideia dos produtores é a de que o tom seja dinâmico. Imagem de Mariana na Rua 25 de Março, reconhecido centro popular de comércio em São Paulo, é mostrada no telão. Toda a semana as pautas costumam ser temáticas. Segundo sua opinião, trata-se de um programa de moda “easy”, acessível, sem regras preestabelecidas. O intento de “Vamos Combinar” é provar que a maneira de se vestir é democrática. Como Jô Soares toca no assunto “sutiã”, Mariana acha que seria uma boa pauta: a peça adequada para cada mulher etc. No tocante aos seus horários, afirma não gostar de acordar cedo, que se pudesse acordaria tarde, e trabalharia até às 3h da manhã. O ideal mesmo seria despertar às 11h. Compara o fato de ir à academia cedo a uma “surra”, uma “bofetada”. Porém, é da profissão. Na rotina de trabalho, as diárias se iniciam às 8h, tendo que fazer cabelo e maquiagem. Como o tema é “cabelo”, Mariana Weickert revela que já raspou a cabeça (máquina 4), entretanto garante que a moda “emo” não lhe serviu de inspiração. Na verdade, o que houve foi uma espécie de desafio do seu agente de Nova York, que julgou que seria interessante para a época. Mudando a conversa, a tatuagem de Mariana na lombar é exibida, com o seguinte escrito: “Made in Brasil (com “s” mesmo)”. O comunicador a questiona como se deu a história da “tattoo”. Relata que residindo em terras novaiorquinas por 6 anos, fora convidada para fotografar em Sevilha. A equipe era inglesa. A revista não mais editada chamava-se Dutch, e parecia, segundo ela, um livro de arte. Os ingleses maravilharam-se com a cidade espanhola: o clima, a música, a gastronomia, a referência latina… Mariana tomou por decisão defender o Brasil: “Porque tu não “foi” ao Brasil?” A stylist a convenceu assim a estampar a sua declaração de amor no corpo. E foi feita. Bem, falou-se de tudo um pouquinho. Só faltou para completar o som da música do Maroon 5, “Moves Like Jagger”. Mas aí fica para uma próxima.