Autoconfiança é bom? Sim, creio que sim. E excesso de autoconfiança? Não. Por quê? Pois quando há o excesso da mesma, ocorre inevitável embaçamento da visão das limitações de um indivíduo, num sentido geral. É o que observamos com o personagem Léo (diga-se de passagem muito bem construído por Gilberto Braga e Ricardo Linhares, em “Insensato Coração”, e interpretado com convicção por Gabriel Braga Nunes em apropriado retorno às novelas da Rede Globo). O excesso já nos foi mostrado em vários capítulos. Léo acredita movido à tenacidade que os negócios dos quais participará darão certo invariavelmente. E nós, telespectadores, vemos o contrário. Exemplo recente decorrera quando seu pai Raul (Antonio Fagundes) lhe dera mais um crédito de confiança, convidando-o para ser seu único sócio em projeto de soerguimento da sociedade de marketing da família. Léo aceita. Tudo indicava ter se estabelecido. Mas, Léo é aquele tipo de pessoa que não gosta que as coisas estejam estabelecidas. Ele quer mais do que isso. A ganância desmedida o faz meter os pés pelas mãos. Além daquela, a citada autoconfiança, que o fez superfaturar os valores de proposta já quase ganha oferecida à cliente de peso. As características do filho de Wanda (Natália do Vale) lhe provocam até embotamento da inteligência. Resultado: face a tanta decepção, Raul decide recomeçar a vida no Chile, abandonando tudo e todos. E Léo vai para o Rio de Janeiro em busca de oportunidades. As negativas que recebe nas entrevistas de emprego chegam a ser humilhantes. Outro dia, não soube responder sobre termo técnico de mídia (índice de afinidade). O excesso de confiança fez com que tentasse enganar o entrevistador. Em vão, lógico. Leonardo julga que a humanidade é tola. Em ocasião diversa, o intuito era obter posição como subgerente de hotel cinco estrelas (por que não hotel mais simples?). Na apresentação, vangloria-se de que ocupará o cargo, que é fluente em Inglês, e que possui boa aparência. É humilhado. E a maneira como se dá causa incômodo. É aí que entra Carmem (Nívea Maria), mulher solitária que encontrou modo alternativo de espantar a solidão. Em determinada situação em bar, com os olhos bastante atentos para os rapazes de Copacabana, depara-se com Léo, “o homem errado de olhos azuis”. Batem papo. Ela o confunde com aqueles que vivem da noite. Léo desfaz o mal-entendido. Dias se sucedem. E Copacabana, “o bairro que nunca dorme”, entra em cena de novo. Desiludido, vagando pelo famoso calçadão, Léo resolve se sentar na mesa do quiosque de Sueli (Louise Cardoso), e ouve daquela simpática senhora que conheceu no mencionado bar que acabara de receber alta indenização. Isto lhes soa familiar? Carmem é abordada, e Léo joga todo o charme que tem. Diz o nome: Frederico (Fred). Armando ficou no passado. Não para Norma (Glória Pires). Para Norma Pimentel, Armando são presente e futuro. O jovem está pronto para “dar o bote”. Carmem é a “bola da vez”. Pobre Carmem. Também, não foi por falta de aviso da amiga Sueli.
Categoria: TV
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Enquanto Carminha (Adriana Esteves) saboreia um picolé de limão no cativeiro, sua família está em polvorosa aguardando o pedido do resgate do sequestro, na novela de João Emanuel Carneiro das 21h, “Avenida Brasil”. Nina (Débora Falabella) não está em casa. Foi ao encontro de Lucinda (Vera Holtz) informar o que houve, e lhe pedir um favor: que escreva um bilhete relatando o local onde a “sequestrada” está, e o entregue a uma firma de motoboys para que o faça chegar às mãos de Tufão (Murilo Benício). Lucinda se nega, pois não quer prejudicar pessoas inocentes. Tem mistério aí. O filho de Muricy (Eliane Giardini) ao ler o tal bilhete, não “segura o tranco” sozinho, e revela ao pai Leleco (Marcos Caruso) o que sabe. Em outro momento, Nina justifica a ausência mostrando um adesivo de visitante de hospital falso providenciado por sua mãe de criação. O policial Zenon (Mário Hermeto), com a experiência que tem, “não cai nessa”, e diz que irá interrogar a jovem depois. Leleco, que é daqueles que não conseguem guardar um segredo, acaba contando a Ivana (Letícia Isnard) que ele, Tufão, Zenon e alguns amigos deste irão “estourar” o cativeiro. Ivana, outra boquirrota, deixa escapar para Max (Marcello Novaes), que se desespera. E Carminha, tranquila, com as iguarias que o cúmplice lhe levara antes, inclusive um queijo roquefort e um “som” para que se distraísse. Tenta entrar em contato com ela. Só que o toque do celular é abafado por um “pagodão”. Aliás, o que não se pode deixar de mencionar é a generosidade de Monalisa (Heloísa Périssé), que adiantou os R$700.000,00 que faltavam para completar o montante. Todavia, “uma pulga lhe ficou atrás da orelha” com esta história, pois conhece muito bem o caráter da antagonista que lhe roubou o namorado. Finalmente, Moreira (Rodrigo Rangel) é avisado por Max de que o plano não deu certo. Tudo mudou de figura. Carminha passa a ser uma refém de verdade, sendo maltratada pelos meliantes. O marido, o pai dele, o policial e seus parceiros, em cenas de ação dirigidas com competência e trilha incidental eletrizante, chegam ao cativeiro. Não há mais ninguém lá. A não ser um queijo roquefort, o que entrega que dentre os presentes havia alguém de gosto refinado. Carminha, então, é levada para outro esconderijo. Toda a empáfia de vilã deu lugar a uma mulher covarde e frágil com a situação que está vivendo. A madame tem a ingenuidade de pedir que a deixem num ponto de táxi “a esta altura do campeonato”. Dirigem-se ao novo cativeiro. Com direito à alçapão e tudo. Alçapão talvez seja uma palavra bonita demais para Carminha. É buraco mesmo. E sem queijo roquefort!
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Foto: editorial de moda dedicado ao Brasil da loja de departamentos americana Macy’sNa novela de Walther Negrão, “Araguaia”, ele foi Fred, filho de Max (Lima Duarte), e causou rebuliço junto ao público feminino. Porém, o destaque se deu, também, claro, devido à sua atuação. O teatro apareceu muito cedo em sua vida. Ainda estava no terceiro ano do ensino médio quando decidiu fazer curso teatral. Gostou. Em pouco tempo, era chamado para uma substituição em peça. Bom sinal. Resolveu seguir em frente. Formou-se por conceituada escola de Artes Cênicas do Rio de Janeiro, a Casa das Artes de Laranjeiras. Durante os estudos, trabalhou como modelo. Participara da Oficina de Atores da Rede Globo. E pelo desempenho exibido, quem lhe dera aulas, Renato Farias, convidou-o para integrar o elenco do espetáculo “Veridiana e Eu”. Passou a partir daí a ser membro da importante Companhia de Teatro Íntimo. Raphael não é ator de se acomodar (aliás, um dos “inimigos” do artista é a acomodação). E por possuir esta característica, experimentou a mímica com Paulo Trajano, além de outros cursos e “workshops”. Nos palcos (onde começara afinal) fora dirigido por João Fonseca em “Vereda da Salvação”, de Jorge Andrade. Sob a direção de Celina Sodré, esteve ainda em “A Exceção e a Regra”, de Bertolt Brecht. Há momento interessante na carreira de Raphael no que tange à poesia (uma de suas predileções): dera contribuição à série de apresentações chamada “Degustação Poética”, na qual notáveis e sumos poetas eram celebrados: Manoel de Barros, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Vinicius de Moraes. Exerce a função de produtor, e almeja montar “Bateia”. Na televisão, contracenou com Mônica Martelli em “Dilemas de Irene”, no GNT. Interpretou o índio Iru, em “Bicho do Mato”. Já no cinema, escalaram-no para curtas-metragens. Anseia estar mais presente na tela grande. Com a dedicação, o empenho e o sucesso obtidos em “Araguaia”, não tardará para que surjam convites. E surgiram. Como o Dr. Tadeu de “Morde & Assopra”, e o peão Josué de “Amor Eterno Amor”.
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Foto: Christian Gaul/Revista AlfaGuilherme, elegante (blazer, calça e camisa escuras, e tênis), é simpático, e concedeu boa entrevista ao talk show de Jô Soares. O paulista Guilherme Winter até se tornar ator, teve experiência em diversos trabalhos. E a primeira pergunta do entrevistador foi sobre isto. Guilherme Winter responde. Locadora de vídeos foi somente um deles. Como sempre desenhara desde criança, decidiu cursar Desenho Industrial. Não gostou (entretanto, uma das aulas que mais o estimulavam era Marcenaria). Largou. Antes, já havia estudado Desenho na Escola Pan-Americana de Arte, em São Paulo. Aproveitando o rumo da conversa, tela de Guilherme foi exibida, e Jô identificou na mesma influências cubistas. Realmente era bonita. A seguir, falou que aprecia bastante música, e que a família exerceu relevante colaboração. O ator afirmou que toca violão, e que de vez em quando pratica trompete. O papo então se volta para o fato do jovem ter ido para a Bahia, por sugestão da irmã, trabalhar no Club Med. E lá, cumpre a função de cenógrafo, dentre outras. Havia série de shows, o que fez com que sentisse vontade de estar no palco. Esteve. É chegado o momento no qual o artista daria uma “palinha” como cantor e violonista. Contou que inúmeras vezes ouviu falar de grande atriz paranaense, Lala Schneider, e que em certo dia, veio-lhe a frase: “Meu nome é Lala Schneider. Eu gostaria de ser atriz”. Daí, saiu canção. Ele a entoou ternamente, dedilhando com habilidade o violão. Guilherme é afinado. Ao final da entrevista, a plateia soltou um “Ah…”. Sinal de que gostou. Eu também. E quanto à carreira de Guilherme na TV? Enquanto não veio a se instalar no Rio de Janeiro, empregou-se em hotel fazenda em Avaré, interior de São Paulo. Depois, loja de roupas. Estudou na Casa das Artes de Laranjeiras. Os convites aparecem. Primeiro, “Cobras & Lagartos”. Participa de duas temporadas de “Malhação”. O “remake” de “Paraíso”. E, em “Ti-ti-ti”, Renato. Além de ter feito par romântico com Sandy em “As Brasileiras”. Este é Guilherme Winter, o simpático e elegante ator que toca violão, aprecia trompete, já fez de tudo um pouco, e ainda canta uma bonita música homenageando atriz.
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Em “Insensato Coração”, assistimos a uma cena tocante na novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Carol (Camila Pitanga, muito bem no papel), fragilizada, vulnerável, combalida por decepções sucedâneas, sem estar certa do que realmente quer, decide fazer o que destruiria sonho que poderia não se repetir. E falta pouco tempo para o fato se consumar. Graças à dignidade de Haidê (a sempre ótima Rosi Campos), Alice (Paloma Bernardi) chega minutos antes de sua irmã realizar algo do que iria se arrepender depois. Alice para convencê-la usa de argumentos sábios: – Esquece o André (Lázaro Ramos). O que eu estou querendo dizer é ‘pra’ você esquecer o André, e pensar em você. Se esse filho é metade o André, a outra metade é você, Carol. Essa pessoa linda, essa pessoa justa, essa pessoa que não faria mal a ninguém. Essa pessoa é você, Carol. E esse aqui, ‘ó’ (coloca a mão na barriga de Carol). Esse aqui é o seu filho. A executiva da área de Marketing do Grupo Drumond ainda não parece convencida. No que Alice se mostra mais forte e convicta de seus atos. Afirma que daqui a alguns anos poderá vir a encontrar André em uma “rua qualquer”, e que ele poderá significar um “estranho”. Alice, com incrível maturidade, lembra-lhe que poderá neste dia dar a mão ao seu filho, levá-lo ao cinema, buscá-lo na escola… Solta frase forte: – Por causa dele, você vai deixar de viver a sua maior alegria. Carol Miranda apela para a questão de que “o filho veio na hora errada”. Há a promoção no trabalho. Um dilema, um drama da mulher contemporânea: filhos x trabalho. Alice não desiste, e lhe indaga se André aceitasse o fruto da relação de ambos se levaria a cabo o que tende a fazer devido à oportunidade de trabalho. “Touché”, Alice. Carol, em meio a aflição que não tem fim, confessa que “nunca pensou em ser mãe solteira”. Alice: – Nem tudo acontece do jeito que a gente imagina, do jeito que a gente espera. Alice parece estar chegando lá. Não pode perder a perseverança. As emoções de Carol não se deixariam atingir pelo que a irmã falara? “Quantas vezes, eu te vi sonhando em amamentar um bebê.” Finalmente, a futura mãe capitulou. As irmãs deram o abraço da vida. O beijo da vida. Lágrimas da vida verteram. E sorrisos da vida se abriram. Quem está por vir, menino ou menina, viverá. Viverá pelo amor à vida de Haidê. Pelo amor à vida de Alice que fez com que a irmã enxergasse o valor da vida. Falando em vida, Paloma Bernardi, ao meu ver, teve a cena mais bonita de sua vida. Venceu a vida.
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Juliano Cazarré interpretou o motorista de Vitória (Nathalia Timberg), na novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Fazia um tipo estranho, que a princípio parecia ser só estranho, e que motivava as admoestações do chefe dos empregados da matriarca, Isidoro (Antonio Fragoso), muito em decorrência de suas atitudes no serviço. Era calado ao extremo. O desempenho do ator focava-se no olhar. Não se enturmava com os colegas de trabalho. Vitória procurava relevar as faltas do rapaz, porém Isidoro não se conformava. Até que surgiu Teodoro (Tarcísio Meira, em participação especialíssima). Houve uma aparente “sincronia” entre aquele e o motorista, que até lhe dava cigarros quando solicitado. Ismael aprontou de novo. E ficou resolvido que serviria ao “bon vivant” Teodoro. O jovem sério começou a dar telefonemas estranhos. Os telefonemas tinham que ser estranhos, porquanto Ismael era estranho. Foi aí que conhecemos de fato Ismael. Aproveitando-se da viagem que faria com o ricaço personificado por Tarcísio Meira, engendrou invasão à propriedade dele. O que não estava nos planos era que Oscar (Luigi Baricelli), Gilda (Helena Fernandes) e Serginho (Vítor Novello) iriam aparecer na mansão. O plano não deu certo. E Ismael preso foi. Mas já que falei tanto do polêmico personagem, falemos de quem o representara: Juliano Cazarré. Juliano é natural de Pelotas, Rio Grande do Sul. Bastante cedo, mudou-se para Brasília, onde cursou Artes Cênicas na UnB (Universidade de Brasília). Curiosidade: Juliano é filho do escritor Lourenço Cazarré. No teatro, atuou em peças dirigidas por Hugo Rodas. Firmou residência em São Paulo. No cinema, participou de importantes filmes, dentre eles, “A Concepção” (sua estreia), de José Eduardo Belmonte, “Tropa de Elite”, de José Padilha, “Nome Próprio”, de Murilo Salles, “Salve Geral”, de Sergio Rezende, “Vips”, de Toniko Melo e “Bruna Surfistinha”, de Marcus Baldini. Já na televisão, foi Téo, na série estrelada por Andreia Horta, “Alice”, na HBO. Depois, vieram “Força-Tarefa”, “Som & Fúria” e “As Cariocas”, na Rede Globo, culminando com o Ismael de “Insensato Coração”. Bem, como disse, Ismael era um cara estranho. Agora, espero que, com papéis estranhos ou não (no bom sentido), Juliano Cazarré retorne em breve. Em “Insensato Coração” acabou voltando. E está dando o ar da sua graça em “Avenida Brasil”, de João Emanuel Carneiro, como Adauto.
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Estava eu, absorto em uma pista de dança, empunhando uma inocente lata de cerveja, quando me deparo com Miguel Falabella. Discreto, apenas se divertindo. Por se tratar de figura pública, por cortesia, ofereci-lhe a popular bebida. No que o talentoso e “workaholic” artista retrucou: – Nossa, você oferece uma cerveja como se estivesse oferecendo uma taça de “champagne”. Ri. Achei típico do rapaz, popular entre nós por ser observador acuradíssimo do ser humano, e consequentes hábitos e idiossincrasias. Na verdade, ele estava se referindo à maneira demasiado formal com que procedi. Tivera razão. Sou formal, cerimonioso, por vezes. Digo-lhes, por vezes. Quero com esta simples história demonstrar que o ator de grandes sucessos, como o Romeu, de “Sol de Verão” (a primeira novela, em 1982), de Manoel Carlos, o Ray Telvis / Walter José em participação especial e hilária em “Armação Ilimitada”, o Miro (no original de Janete Clair o papel fora de Carlos Vereza), da segunda versão de “Selva de Pedra” (a adaptação coube a Regina Braga e Eloy Araújo), em que fazia excelente “dobradinha” com Nicette Bruno (Fanny), o Zé Menezes / Arnaldo Menezes de “Mico Preto”, de Marcílio Moraes, Leonor Bassères e Euclydes Marinho, o Donato da ótima minissérie de Dias Gomes, “As Noivas de Copacabana”, o Caco Antibes de “Sai de Baixo”, e o Mário Jorge, de “Toma Lá, Dá Cá”, de sua autoria com a amiga Maria Carmem Barbosa, é um homem gentil e espirituoso. Aproveitando o ensejo, não posso me eximir de mencionar a notável atuação que exibira no filme alegórico e bem-feito de Cláudio Torres, “Redentor”. Além disso, enorme prazer para mim fora assistir a Miguel nos palcos em três momentos: “Sereias da Zona Zul”, “Algemas do Ódio” e “Louro, Alto, Solteiro, Procura”. E algumas outras peças que escrevera, “A Partilha”, “Como Encher Um Biquíni Selvagem”, “Querido Mundo”, “Todo Mundo Sabe Que Todo Mundo Sabe” e “A Pequena Mártir De Cristo Rei”. Porém, voltemos ao pequeno e sutil episódio que lhes contei logo no início. A razão de lhes contar? Simples. Mostrar a simplicidade de um encontro. Contudo, um “simples” que ficou guardado em minhas lembranças por causa de frase singular. Quanto ao próximo e aguardado trabalho na televisão de quem escrevera “A Vida Alheia” é o folhetim que ocupará o horário das 19h da Rede Globo, “Aquele Beijo”. O título é bom. Quantos beijos não virão por aí?
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Era para ser uma noite especial no clube para Ágata (Ana Karolina, uma pequena atriz que tem se saído bem como a filha cuja autoestima é abalada pela suposta mãe), afinal seria a apresentação para a família de sua desenvoltura ao dançar charme. Eu disse “era para ser”. Não fosse mais um plano arquitetado pela dupla de vilões Carminha e Max (Adriana Esteves e Marcello Novaes, respectivamente) na novela de João Emanuel Carneiro das 21h. Dessa vez, um falso sequestro, sendo que o resgate seria usado para pagar ao agiota Moreira (Rodrigo Rangel), que emprestara dinheiro ao marido de Ivana (Letícia Isnard) em outra trapalhada na qual se meteu, visando a quitar o passe de uma promessa do futebol. Entretanto, este passe já fora negociado por vários agentes. O amante de Carminha entrou assim numa “roubada”. A saída é o sequestro forjado da mulher de Tufão (Murilo Benício). O resgate a princípio seria de R$1.000.000,00. Passou depois para R$ 1.300.000,00 para cobrir “custos extras”. Este montante serviria não apenas para se livrar do agiota, mas para que o casal levasse uma vida (segundo Max) tranquila em Miami. É chegada a hora da performance de Ágata. Carminha, contrariada. O ex-jogador de futebol recebe um bilhete escrito por Nina (Débora Falabella), e entregue por um menino a seu pedido lhe avisando que a sua esposa seria sequestrada. Tufão “dá de ombros”. Acha que é brincadeira de criança. Carmen Lucia, não. Muito menos Max, que não consegue esconder o nervosismo com as mãos suadas. Na saída do clube, ocorre o sequestro. Ninguém suspeita da armação. A família vai para a casa à espera de um telefonema dos bandidos. Enquanto isso, a mãe de Jorginho (Cauã Reymond) é levada para o cativeiro, um lugar “rústico”. Ela queria ser uma “refém” com tratamento de princesa. Porém, não foi o que aconteceu. Os dois comparsas Serjão (Vicentini Gomez) e Tubarão (Breno di Fillipo) a conduziram em carros cada um pior do que o outro. A personagem de Adriana Esteves ficou indignada com o local em que ficou. Reclamou do queijo à fruta. Quis calmantes para dormir. Max foi avisado, e os providenciou, sempre sob os atentos olhares de Nina, que o seguiu. Ao vê-lo num bar com um cúmplice, foi atrás deste, e descobriu onde Carminha está. Lá, a loira continuava com a sua série de exigências. Inclusive, um picolé de limão. A família de Tufão recebeu a ajuda de um policial amigo de Leleco (Marcos Caruso). Max ficou apreensivo. O homem da lei disse que geralmente as pessoas envolvidas neste tipo de delito são aquelas que conhecem a rotina dos moradores, em específico parentes e funcionários novos. Muricy (Eliane Giardini) desconfiou de Nina, com a empregada Zezé (Cacau Protásio) “botando a maior pilha”, apressando-se logo em falar que a chef não estava presente. Como já mencionei que o valor do resgate sofreu um acréscimo (R$300.000,00), descontando a parte que cabe aos contratados para o crime, dá para Carminha comprar muitos picolés de limão. E quem sabe tirar um palito premiado.
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Foto: Divulgação do filme “A Doce Vida”, de Federico Fellini.Por que coloquei a foto da belíssima atriz sueca Anita Ekberg a ilustrar este texto sobre os “paparazzi”? Porque a linda Anita protagonizou ao lado de um dos maiores atores mundiais, Marcello Mastroianni, este clássico do grande mestre do cinema italiano, Federico Fellini, “A Doce Vida”, filme que dera origem à palavra “paparazzo”. Primeiro, para termos ideia do que aborda a trama lhes digo que é a história de um jornalista interpretado por Marcello (Marcello Rubini), que migra do interior itálico para Roma, e acaba se defrontando com um mundo ao qual não estava acostumado: o da alta sociedade e o que de frívolo possa haver nela. Passa a frequentar os bares da Via Veneto, e o sonho de escrever um livro se distancia. As amargura e desilusão do personagem são inevitáveis. Na verdade, o longa de Fellini é forte crítica social. E crítica social bem-feita é para mãos hábeis. Federico não descarta as características que desenharam o estilo que lhe tornou tão famoso e admirado: apresentação de pontos interessantes da Itália e galeria de tipos no mínimo diferentes do padrão comum. Foi filmado em 1960. Curiosidade: o produtor Dino di Laurentiis desejava o excelente Paul Newman como ator principal. Como não conseguiu, abandonou o projeto. Isto acontece no “métier” cinematográfico. Ganhou a Palma de Ouro em Cannes, e o Oscar de Melhor Figurino. Agora, qual a relação que há entre a realização de Fellini e o termo “paparazzo? O que ocorre é que no roteiro filmado, há um amigo fotógrafo de Marcello, chamado Paparazzo (Walter Santesso), cuja função é tirar fotos de celebridades. No entanto, já que este Blog também é voltado para a TV, poderíamos citar alguns fotógrafos não necessariamente “paparazzi” em novelas e ramificações. Mencionemos o irreverente Edu de Antonio Fagundes em “Amizade Colorida”; Kadu Moliterno, como Bruno Simpson, em “Água Viva” (sua música-tema era “Realce”, de Gilberto Gil); Júlio Braga, irmão de Sonia, como Gatto, em “Plantão de Polícia”; Viviane Pasmanter, como Isabel, especializada em noivas, e Caco Ciocler, como Renato, em “Páginas da Vida”; Thiago Lacerda (Bruno, profissional da fotografia dedicado a contextos de aventura e exotismo), Natália do Vale (Ingrid, “expert” em explorar a sensualidade de mulheres maduras), e até a Helena de Taís Araújo teve momentos amadores de fotógrafa, em “Viver a Vida”. E para concluir, Paulo Vilhena incorporou um “paparazzo” no seriado “A Vida Alheia”. Acredito que seja possível um ponto de equilíbrio entre artistas e “paparazzi”, desde que pautado no respeito. Respeito antes de tudo.
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Foto: Styling Yakoss Nasser e Ronaldo Gomes para editorial de moda da Revista “Sax”.A bonita atriz e modelo de Presidente Prudente, São Paulo, que na novela “Ti-ti-ti” interpreta a também modelo Amanda iniciou muito precocemente a carreira na sua cidade natal, fazendo cursos livres de teatro. A moça cujo nome indígena significa “estrela” depois mudou-se para a capital, em busca de melhores oportunidades. Ingressara na difícil profissão de modelo. Após alguns testes, surgiu-lhe a oportunidade de cursar a Oficina de Atores da Rede Globo, o que lhe rendeu série de participações em folhetins como “Páginas da Vida”, de Manoel Carlos, “Cobras & Lagartos”, de João Emanuel Carneiro, o “remake” de “O Profeta”, de Ivani Ribeiro (adaptação feita por Duca Rachid e Thelma Guedes), e “Pé na Jaca”, de Carlos Lombardi. Fora ainda uma princesa no “Sítio do Pica-Pau Amarelo”. Até que afinal foi chamada para fazer a primeira protagonista: a modelo Marcela na 14ª temporada de “Malhação” (vejam a realidade imiscuindo na ficção). Partimos assim para o ano de 2009, no qual houve o bom trabalho de Gloria Perez vencedor do “International Emmy Awards”, “Caminho das Índias”. Neste ocorreu peculiaridade a ser notada: o par romântico era para ser formado por Marcio Garcia e Juliana Paes. E o outro par seria constituído por Rodrigo Lombardi e Tania Khalill. Entretanto, aconteceu algo bastante comum neste tipo de programa: deu-se mais “química” entre Rodrigo e Juliana quando seus personagens se encontraram. O que fazer com os de Márcio e Tania no campo afetivo? A solução prática seria escalar dois intérpretes para com eles efetuarem gênero de relação. Murilo Rosa e Thaila Ayala foram os escolhidos. Deu certo. “Caminho das Índias” foi um sucesso. No presente, reiterando, Thaila Ayala vive Amanda, papel cheio de conflitos. A artista diz não saber que final espera para ela. Acalenta personificar o que for diferente na sua trajetória profissional. Não abandonou o ofício de modelo. No ano passado, desfilara no evento “Fashion Rio Outono Inverno 2011”. No teatro, fez a peça “A Tempestade”, de William Shakespeare.





