Houve uma cena divertidíssima envolvendo Deborah Evelyn (Eunice), Thiago e Giovana Lancellotti (Cecília), no folhetim de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Tudo se desenhou quando Eunice deu uma “incerta” no cursinho onde a filha Cecília estudava para flagrá-la com o namorado secreto. Rafa (Jonatas Faro), o tal namorado, não estava presente devido a um compromisso pessoal. Foi então que Quim se aproveitou da situação para tomar o lugar do amigo. E foram todos lanchar. Eunice pensa que o rapaz é riquíssimo e de família tradicional, baseando-se no seu sobrenome pomposo. Quim fez a festa. Pediu milk shake, um sanduíche gigantesco, chamou Cecília de Ciça (para espanto de Eunice, que confirmou que a jovem detesta que a chamem assim)… E a mãe de Cecília a fim de não desapontá-lo, acompanhou-o na pândega (Eunice praticamente “lutou” com o sanduíche). A moça estava constrangida. E Quim nem era com ele. Esta cena serviu para corroborar o talento deste jovem intérprete que desde o início do folhetim nos garante bons momentos, sendo que a maioria contextualizados no humor. Quim é um rapaz de modesta situação, avesso aos estudos (não possui a mais remota ideia do que queira ser), com ranzinzice que o leva a ser engraçado, cujo melhor amigo é Rafa. Quando percebe que o “perdera” para Cecília, passa a nutrir implicância total por ela (refere-se à moça como “a marrentinha do Sul”). Isto é bastante natural de acontecer. Além disso, as cantadas que dera em Natalie (Deborah Secco) foram impagáveis. Na verdade, tudo isto que narrei até aqui talvez não fosse passível de graça se não estivesse nas mãos de um ator certo. E Thiago abraça os requisitos necessários (inclusive a inflexão com que as falas são ditas) para fazer de Quim atraente para os telespectadores. Falemos então de sua carreira. Thiago é natural do Rio de Janeiro, e começou a atuar ainda criança. Estreou em “Esplendor”, de Ana Maria Moretzsohn. No ano seguinte, “Estrela-Guia”, da mesma autora. Daí, vieram “Malhação” e o especial “Clara e o Chuveiro do Tempo”. Fora o Príncipe Theo de “O Sítio do Picapau Amarelo”, e o Bruno de “Eterna Magia”, de Elizabeth Jhin. Muda de emissora, sendo o tímido Guga de “Chamas da Vida”, de Cristianne Fridman, na Rede Record. No teatro, esteve em “O Despertar da Primavera”, e “No Círculo das Luzes” (direção de Ulysses Cruz), dentre outras peças. É experiente em cinema, tendo exercido as funções de diretor e assistente. Agora é o Quim, em “Insensato Coração”. Aquele personagem que quando aparece nós pensamos: – Vem cena boa, aí…
Categoria: Cinema
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A bela mineira de Belo Horizonte, a modelo e apresentadora Camila Alves, foi a entrevistada de Jô Soares em um dos seus programas do ano passado. Estava muito bonita, com vestido em tom escuro com brilhos, alguns acessórios de cor dourada, além de “scarpins”. O apresentador após elogiar sua beleza, também o fez com relação ao seu marido. Pergunta-lhe se é ciumenta. Ela diz: “Se eu fosse ciumenta, não poderia nem sair na rua”. Jô Soares aproveita, e elogia o talento de Matthew McConaughey, inclusive no filme “Amistad”, de Steven Spielberg. A modelo anuncia que está para estrear um novo longa com a participação dele: “The Lincon Lawyer”, dirigido por Brad Furnan. Antes de começar a contar a história sobre a chegada aos Estados Unidos, pede tequila. Jô se anima com a ideia. Continuando. Fora para o país estadunidense disposta a não retornar ao Brasil. Momento de interrupção. Alex, o garçom, fica nervoso ao servir a bebida mexicana à moça. Eu ficaria da mesma forma. Pela expressão dos dois, a tequila era “das boas”. Prossigamos. Camila muda-se para Los Angeles. Antes fizera curso de modelo, o que na opinião dela não representa uma obrigatoriedade. O ator/comediante pede-lhe que desfile. Desfila. E bem. Na cidade citada, procura uma agência. Ocorre um impasse. Não podia exercer sua função enquanto o processo de visto não fosse regularizado. Enquanto não “modelava”, viu-se obrigada a se virar como pôde para se sustentar. Trabalhou como faxineira. Por não dominar o Inglês, empregou-se em um restaurante mexicano. Com direito a tequila de vez em quando, pois a rotina era dura. Concilia com um emprego em um estabelecimento italiano. Foi para Nova York. Bateu de porta em porta em várias agências de modelo, e a resposta era sempre igual: “Não.” Camila desanimou-se. Lágrimas na “Big Apple”. Até que a última à qual recorreu decidiu contratá-la. Fotos da morena são exibidas no telão. E o que se ouve? Os assobios de plantão. Inclusive uma de sua ida ao Oscar. O que me chamou a atenção precipuamente em Camila Alves foi a sua total falta de deslumbramento. E olha que isto é raro. Fala sobre a linha de bolsas que produz. Sabem para onde a conversa voltou? Para a tequila! Inicia-se o processo de preparo da bebida. Sai-se deste, e ruma para o fato da apresentadora e Matthew terem ido morar em um trailer (“airstream”). O assunto fica um tanto sério. Camila discorre sobre a fundação que mantém com o ator, chamada “After School Program”, que visa a fazer com que os adolescentes levem uma vida saudável, por meio de nutrição e exercícios, além de orientação profissional. Excelente iniciativa em um mundo de “glamour”. Finalizando, para alguns, Camila Alves é uma mulher de sorte por ser casada com um dos astros mais cobiçados de Hollywood. Vou além. Acho Matthew McConaughey um cara de sorte, também. Terminado o bloco, até senti vontade de tomar tequila. Brincadeira. Não gosto. É bastante forte. Como sou do Rio, vou de chopinho mesmo.
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Foto: editorial de moda para a GQ BRASIL/Daniel KlajmicAlguns podem estar se perguntando o porquê de eu me referir a Cauã Reymond (que vive o Jorginho de “Avenida Brasil”, e esteve nos filmes “Estamos Juntos”e “Meu País”) como “gavião”. Simples. Cauã, na língua indígena tupi, significa gavião. E sempre achei isto interessante. Aliás, ano passado, vi tardiamente “Ódiquê?”, filme dirigido por Felipe Joffily, no qual há elenco formado por jovens atores que muito se destacam. Além de Cauã, Dudu Azevedo, Alexandre Moretzsohn e Leonardo Carvalho. E com este seu primeiro longa, Cauã Reymond recebeu elogios da crítica. Recomendo-lhes. Saindo desta seara, e indo para a TV, há tempo não muito longo, fez o atormentado Danilo, em “Passione”, de Silvio de Abreu. E assim como Bruno Gagliasso, escalado foi em diminuto lapso para o folhetim de Duca Rachid e Thelma Guedes, “Cordel Encantado”. O personagem foi Jesuíno, filho de Cláudia Ohana (Benvinda) e Domingos Montagner (Herculano), este uma espécie de liderança cangaceira em épocas passadas. E Benvinda não desejava que Jesuíno viesse a saber desse episódio. Ao contrário do pai, que almejava que no futuro o descendente fosse substituí-lo. O moço foi criado longe da família, e cresceu junto a Açucena (Bianca Bin), por quem se apaixonou. Este foi basicamente o enredo que envolveu o papel de Cauã. Agora, podemos desenhar um traçado de como se deu a trajetória do artista até o presente momento. A princípio, fora modelo, tendo experimentado temporada em Milão e Paris, e trabalhado com importantes estilistas, fotógrafos e modelos como ele. Só que Cauã já tinha em mente a vontade de ser ator, e assistiu a aulas de Susan Batson (“coach” de renomados intérpretes de Hollywood). A carreira na televisão começa bem, logo em duas temporadas de “Malhação”, atração para adolescentes na qual viveu Mau Mau. Caiu nas graças deste público. E o sucesso o levou a ser um dos rebentos de Mamuska (Rosi Campos), em “Da Cor do Pecado”, de João Emanuel Carneiro, fato que o tornou mais popular ainda, atingindo outras faixas de telespectadores. Participa de obra de Walther Negrão, “Como Uma Onda”. Mas o melhor estaria por vir, em termos de repercussão efetiva. Personifica garoto de programa (Mateus) que esconde esta condição de sua tradicional família de ascendência grega, em “Belíssima”, de Silvio de Abreu. Houve ótimas cenas com fiel cliente, Ornela (Vera Holtz). Todavia, uma em particular, chamou-me a atenção. Em refeição com os familiares, Cauã Reymond tivera que realizar forte cena dramática. E dela não me esqueci. E nesta mesma novela, nutria paixão por bela moça chamada Giovanna (Paola Oliveira). O epílogo ao lado de Bia Falcão (Fernanda Montenegro) causou polêmica. Para mim, boa sacada do autor. Depois de “Eterna Magia”, de Elizabeth Jhin, ótima chance irrompe: “A Favorita”, de João Emanuel Carneiro, que inovou pela abordagem dinâmica da trama. O personagem que lhe coube (Halley) no limiar da história possuía certas nuanças cômicas. Porém, no decorrer dos capítulos, a personalidade obteve um contexto mais sério, e que se adequou apropriadamente para o desenvolvimento do que nos era contado. Ganhara diversos prêmios. E ficara com a mocinha da história Lara (Mariana Ximenes). Quanto ao cinema, contribuíra para vários longas-metragens. Mérito para alguém tão jovem. Afora o citado “Ódiquê?”, destaquemos “Divã”, de José Alvarenga Jr., “À Deriva”, de Heitor Dhalia, dentre tantos. Agora, Cauã Reymond deparou-se com a missão de dar vida à rapaz bastante diverso, de caráter regional, criado por autoras com as quais nunca emprestara a imagem. Intimidade com o veículo, ele já tem. Então, tudo leva a crer que agradará aos que irão prestigiá-lo.
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Há curiosidade na carreira de Carmo Dalla Vecchia (em “Amor Eterno Amor” é Fernando) que não deve ser preterida: um reencontro com uma atriz tempos depois em outra produção teledramatúrgica, mas em contexto completamente diverso. Na verdade, o que se deu é que Carmo, muito jovem mesmo, estreou na boa minissérie “Engraçadinha… Seus Amores e Seus Pecados”, baseada na obra de Nelson Rodrigues. Ele era Durval, filho de Engraçadinha (Claudia Raia), e irmão de Silene (Mylla Christie). Sentia por ambas incontrolável ciúme. Passam-se anos , e Carmo reencontra Claudia Raia na novela de João Emanuel Carneiro, “A Favorita”, na qual interpreta o audaz jornalista Zé Bob, que forma par romântico com Donatela, papel de Claudia. Boas coincidências do mundo da televisão. Carmo esteve, como sabem, no folhetim de Duca Rachid e Thelma Guedes, “Cordel Encantado”, como o Rei Augusto. Que rei foi ele? Um monarca de reino fictício chamado Seráfia do Norte, região em conflito com Seráfia do Sul, terra comandada pelo Rei Teobaldo (Thiago Lacerda). A fim de que se selasse a paz entre as partes, a princesa do Norte é prometida ao príncipe do Sul quando ainda eram bebês. Entretanto, ocorre viagem ao Brasil com o intuito de se descobrir tesouro escondido. O Rei Augusto perde a sua mulher, a Rainha Cristina (Alinne Moraes), que estava acompanhada da filha Aurora. Tudo armadilha da Duquesa Úrsula (Débora Bloch). Pensa-se que Aurora também tivera fim triste. O que não corresponde aos fatos. E dá-se incansável busca por Aurora. Esta foi por base a trama em que Carmo Dalla Vecchia esteve inserido. Já com relação à sua história profissional, possui experiência considerável na televisão. Após alguns trabalhos em diferentes emissoras, como Rede Bandeirantes, Rede Record e SBT, e na Rede Globo, ganha destaque em “A Casa das Sete Mulheres” (Batista). Outras participações, até surgir chance que mudaria o rumo da trajetória artística. É escalado para viver Luciano Botelho/Martim em “Cobras & Lagartos”, de João Emanuel Carneiro, com quem voltaria a colaborar em “A Cura”, seriado no qual o ator despiu-se de toda e qualquer vaidade. Fizera “JK”, “A Favorita”, e “Cama de Gato” antes. No teatro, esteve em “Eduardo ll”, de Christopher Marlowe, “A Paixão de Cristo”, dentre tantas mais. Atualmente está em cartaz com o espetáculo de Neil Simon, “Estranho Casal”, ao lado de Edson Fieschi. Este texto (“The Odd Couple”) fora levado às telas, e rendeu uma das melhores comédias a que já assisti. Jack Lemmon e Walter Matthau estão no elenco. No cinema, “Cronicamente Inviável” pode ser citado. Este afinal é o “reino” de Carmo Dalla Vecchia.
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Foto: Divulgação/TV GloboNa sexta-feira passada, a atriz Vera Holtz, que interpreta Lucinda, “a mãe do lixão”, na novela de João Emanuel Carneiro, “Avenida Brasil”, teve a oportunidade de mostrar ao público toda a sua força cênica ao atuar ora com Nathalia Dill (Débora) ora com Débora Falabella (Nina). Em ambos os momentos, houve acaloradas discussões, e Vera, de nenhum modo, extrapolou os limites de uma performance considerada precisa. Não cometera o imperdoável erro do “overacting”. E, claro, isso a faz ser um dos destaques da trama das 21h, tendo o apoio de uma boa personagem. Lucinda é protetora, caridosa, cheia de generosidade, uma “mãezona” (ampara com alegria e prazer algumas crianças que trabalham no lixão), e brava (enfrenta Nilo, papel defendido por José de Abreu, a despeito das ameaças que sofre). O passado que carrega é nebuloso. Há muitos mistérios que o rondam. Nilo até já insinuou que ela pode ter tirado a vida de alguém em certa ocasião. Agora, depois de ter criado Nina/Rita (Mel Maia na fase infantil) e Batata/Jorginho (Bernardo Simões e Cauã Reymond, respectivamente), empenha-se pela união definitiva dos dois. Só que há a resistência da moça que criara quando menina, que não abre mão do plano de vingança contra Carminha (Adriana Esteves). Quanto à atriz, nasceu em Tatuí, interior de São Paulo. Cursou a EAD (Escola de Arte Dramática), e a UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). A estreia nos palcos foi em uma peça de Oduvaldo Vianna Filho, “Rasga Coração”. Integrou o respeitado Grupo Tapa. Bibi Ferreira a dirigira em texto de Maugnier, “E Agora, Hermínia”. Trabalhara também com Celina Sodré. O polêmico encenador Gerald Thomas a conduziu em “Eletra Com Creta”. Deu a sua contribuição ao espetáculo que narra a vida e obra do escritor irlandês James Joyce, “Ópera Joyce”, de Alcides Nogueira. Já na companhia teatral de Antonio Abujamra, foi uma das atrizes de “Um Certo Hamlet” (recebeu o Prêmio Shell de Melhor Atriz), além de ter feito “Phaedra”, de Racine, e “O Retrato de Gertrude Stein Quando Homem”, de Alcides Nogueira. Esteve em “A Volta ao Lar”, de Harold Pinter. Juntou-se ao Bando de Teatro Olodum, e montou “Medeamaterial”, de Heiner Müller. Protagonizou e ganhou inúmeras láureas com “Pérola”, cujos texto e direção eram de Mauro Rasi. Estão no seu currículo ainda textos de Samuel Beckett, Bertolt Brecht e João Bethencourt. Na televisão, marcou-nos com diversas personagens: a Fanny de “Que Rei Sou Eu?”; a intrigante Angélica da minissérie “Desejo”; Quitéria, a mãe que vivia em busca do filho em “A Próxima Vítima”; Marta, a patroa que mantém tórrido romance com o empregado (o ator Taiguara), em “Presença de Anita”; a professora alcoólatra Santana de “Mulheres Apaixonadas”; a ricaça Ornela que pagava garotos de programa em “Belíssima”; Marion Novaes, mãe desnaturada em “Paraíso Tropical”; a vilã de “Três Irmãs”, Violeta Áquila; a humilde e trabalhadora Candê de “Passione”; e agora a Lucinda de “Avenida Brasil”. No cinema, podemos mencionar “O Menino Maluquinho”; o filme da Retomada, “Carlota Joaquina, Princesa do Brazil”; “Tônica Dominante”; “Apolônio Brasil, Campeão da Alegria”; “Bendito Fruto” e “Anjos do Sol”. Sendo assim, ao percebermos que a artista em questão possui carreira tão vasta e rica, e tido como parceiros de trabalho importantes nomes, sempre demonstrando seu inquestionável talento, já que na novela das 21h ela é a “mãe do lixão”, não seria exagero dizer que Vera Holtz é na vida profissional uma das “mães da atuação”.
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Foto: Luiza Dantas/Carta Z NotíciasAdriana, moça bonita, cabelos longos e loiros, quer ser atriz. Participa de quadro no “Domingão do Faustão” em busca de chance. A chance é dada. Foi Tininha em “Top Model”, de Walther Negrão e Antonio Calmon. No ano posterior, 1990, é filha de um de nossos melhores atores, Armando Bógus, em folhetim de Cassiano Gabus Mendes. Na trama, tem romance com personagem de José Mayer. Compõe Marina para o especial homônimo, ao lado de Bruno Garcia. Desafio irrompe: primeira protagonista em novelas. E o desafio se dá em “Pedra sobre Pedra”, de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares. No enredo, ela (Marina) empenha-se em conquistar o amor de Leonardo (Maurício Mattar), a despeito da rivalidade das famílias de ambos. Em 1993, “Renascer”, de Benedito Ruy Barbosa. Adriana está com visual diferente. Entretanto, visual que não esconde a sua beleza. Madeixas bem curtas. Vestidos bem curtos. Causou paixão em pai e filho (Antonio Fagundes e Marcos Palmeira). Estreia em minisséries, no caso, “Decadência”, de Dias Gomes, mas não sem antes ter feito “Comédia da Vida Privada”. Experimenta a teledramaturgia em outra emissora (“Razão de Viver”, no SBT). Volta a trabalhar com Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares, em “A Indomada”. Oferecem-lhe grande vilã em “Torre de Babel”. Grande vilã, grande atuação. A Sandrinha de Silvio de Abreu, com seus cachos e chiclete indefectível, conquistou irremediavelmente público e crítica. E com isso, muitos e merecidos prêmios. No horário das 18h, mais um reconhecimento como a feminista Catarina de “O Cravo e a Rosa”, de Walcyr Carrasco e Mário Teixeira. Faz a seguir “Coração de Estudante” e “Kubanacan”. Ganha papel principal na divertida “A Lua Me Disse”, de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa. Contracena com Wagner Moura e Marcos Pasquim. Depois de alguns especiais, exibe todo o talento para a comicidade como a Celinha de “Toma Lá Dá Cá”. Impressiona os telespectadores ao personificar de modo brilhante Dalva de Oliveira, em “Dalva e Herivelto – Uma Canção de Amor” (para mim, a prova cabal da solidez da capacidade interpretativa de Adriana). Ano retrasado, destacou-se em um dos episódios de “As Cariocas” (“A Vingativa do Méier”). No cinema, privilégio em ser uma das meninas do longa de Emiliano Ribeiro, “As Meninas”, baseado na obra de Lygia Fagundes Telles. E domina o humor rasgado em “Trair e Coçar é Só Começar”, sob a direção de Moacyr Góes. A dama Adriana fora a Dama em “A Dama e o Vagabundo” nos palcos. Ainda na ribalta, dissera textos de Nelson Rodrigues, e divide cena com Marcos Palmeira. Foi Júlia, uma paleontóloga apaixonada pelo que faz em “Morde & Assopra”, de Walcyr Carrasco. Pelo que faz, e por Abner (Marcos Pasquim). Agora, faz enorme sucesso como a Carminha de “Avenida Brasil”, de João Emanuel Carneiro. Percebemos então que quando a novela começou, Adriana também começou. Começou a atuar, e a nos agradar. Afinal, para nós, atuar e nos agradar é só começar é com Adriana mesmo.
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Sophie (que fora a Amália em “Fina Estampa”, de Aguinaldo Silva, e será a protagonista de um dos episódios de “As Brasileiras”) foi entrevistada no “Programa do Jô”, e ao ser convidada pelo próprio para sentar no famoso sofá, já nos ficou claro que a jovem que acabara de ser a inescrupulosa Stéfany de “Ti-ti-ti” caprichou no visual (jaqueta de couro, calça, blusa de renda, e botas de cano longo pretas). Jô Soares de imediato fez-lhe elogio: – Que moça linda! A mãe da intérprete foi mostrada, e se viu beleza nela, que é alemã de origem. Os elogios de Jô prosseguem, e Sophie, bastante simpática, solta deliciosas gargalhadas por todo o bate-papo. Ela de fato nascera em Hamburgo, Alemanha, e viera para o Brasil bem criança. O pai é brasileiro. Começa a falar sobre o filme de produção americana que será feito no Rio de Janeiro. O longa-metragem chama-se “The Blind Bastard Club”, que terá a direção de Ash Cohen-Baron, e contará com Lenny Kravitz no elenco. Segundo ela, sua participação não está totalmente confirmada, a despeito da aprovação em quatro testes, todos em Inglês. Sophie afirmou que o fato de saber Alemão facilitou na hora de decorar os textos, haja vista que quando se domina mais de uma língua o aprendizado de outra é mais fácil. O assunto agora é peculiar: a entrevistada foi cantora de casamento. Dissera que a carreira fora breve. O apresentador não perdeu a chance, indagando-lhe se nenhum noivo fugira com ela. Charlotte continuou. Informou que após alguns matrimônios nos quais tudo decorrera como o esperado, houve um, em particular, em dia frio, com o evento a céu aberto, que sua voz sumiu. Não de todo, mas sumia vez por outra. A carreira de cantora de casamento estava encerrada. Mas não no talk show. Jô Soares pediu-lhe que cantasse algo “a capella”. Decide entoar canção de Kurt Weill, que demonstrava em espetáculo de Domingos de Oliveira, “Cabaré Filosófico”. Foi agradável e bonito de se assistir. Passa então a discorrer sobre o desafio que lhe foi imposto pela produção do “Domingão do Faustão” de desfilar em todas as Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro e de São Paulo em único Carnaval. Charlotte confessou que após a maratona momesca, durante uma semana, sonhava que ainda desfilava. Cogita que poderia entrar para o “Guinness”, pois nunca ninguém havia realizado isto antes. Rumando para pauta diversa, relata-nos que praticou por considerável tempo balé clássico (tanto na Alemanha quanto no Brasil), e depois, jazz e sapateado. Por pedido dela, iniciou os estudos de forma precoce. Consegue. Os pais são chamados à escola. Motivo: Sophie liderava uma gangue (!); ela quem decidia as brincadeiras, a hora de se mudar os jogos etc. A conversa caminha para o fim. Foi divertido. Sophie Charlotte agradou à plateia. À moda brasileira ou… alemã.
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A justiça se fez soberana e absoluta pelas mãos nobres do personagem de Jayme Matarazzo (no ar como Rodinei em “Cheias de Charme”, de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira) na novela de Duca Rachid e Thelma Guedes. A fim de impedir que seu irmão Inácio (Mauricio Destri) levasse adiante plano de pagar dote ao coronel Januário (Reginaldo Faria) para se casar com Antônia (Luiza Valdetaro) com dinheiro que não lhe pertencia, cujo furto motivou a prisão de Cesária (Lucy Ramos), Felipe e Doralice (Nathalia Dill) revelam toda a verdade ao coronel. E as possibilidades de casamento se desfazem. Com esta atitude, já nos ficou bastante claro o perfil do Príncipe Felipe. Um Príncipe que se norteia pelo senso da correção, nem que para isso tenha que se defrontar com quem lhe é próximo. Este está sendo, como sabem, o retorno de Jayme ao horário que o consagrou junto ao público. Afinal, foi com o Daniel de “Escrito nas Estrelas”, de Elizabeth Jhin, que o ator fez com que os telespectadores acompanhassem e se emocionassem com o folhetim de temática espírita. Falemos então um pouco deste jovem artista. Nasceu no Rio de Janeiro, e se mudou ainda pequeno para São Paulo. Lá tivera experiência com a música e estudou cinema durante certo tempo. Ao retornar ao Rio, planejava ser diretor de arte. Só que caminhos distintos o fariam rever seus projetos iniciais. Ao colaborar com o pai Jayme Monjardim na ótima minissérie sobre a grande cantora Maysa (como é de conhecimento geral, avó paterna de Jayme Matarazzo), “Maysa – Quando Fala o Coração”, de Manoel Carlos, como assistente de direção, aparece coerente oportunidade de interpretar o próprio pai quando bem moço. E esta etapa em sua vida foi definitiva para que decidisse sem mais quaisquer dúvidas seguir a carreira artística. Participa a seguir da produção das 18h sobre a qual já lhes relatei, e lhe surge excelente convite para integrar o elenco do filme de Arnaldo Jabor, “A Suprema Felicidade”, com Marco Nanini, Dan Stulbach e Tammy Di Calafiori. Agora é o justo Príncipe Felipe de “Cordel Encantado”. Nada mais justo para quem cresceu em meio à boa influência da arte.
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Quem pensa radicalmente que as bem moças de hoje igualam-se em comportamento pelas imaturidade e rebeldia, obrigado é a rever seus conceitos ao se deparar com a personagem Olívia, da novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, interpretada com talento, convicção e verdade por Polliana Aleixo (que atuara como Cecília em “A Vida da Gente”, de Lícia Manzo). Ela, como sabem, é filha de Kléber (Cassio Gabus Mendes) e Daysi (Isabela Garcia). No começo da trama, até mostrou-se com traços de revolta no seu perfil, chegando a tratar Daysi com desprezo, o que causou-nos certo incômodo. Porém, tudo não passava de defesa do próprio pai, porquanto achava que era perseguido por sua mãe de modo injusto. Houve cenas boas com Polliana no folhetim. Por exemplo, quando das conversas com a amiga Cecília (Giovana Lancellotti), e que nas quais procedera como confidente no que dizia respeito às dúvidas afetivas da irmã de Leila (Bruna Linzmeyer). Há uma outra cena em específico que merece menção: Eunice (Deborah Evelyn) entra no quarto da filha, e ignora a presença de Olívia. Após ser chamada a atenção por Cecília, cumprimenta-a com indiferença. Polliana Aleixo apenas se utilizando de recurso facial que remete ao espanto fez valer ainda mais o momento cênico. E não podemos deixar de realçar algumas atitudes de incontestável relevância que confirmam o caráter precoce e amadurecimento da estudante. Ao contrário de garotas e garotos com a mesma idade que possui, prefere ver os pais separados a ficarem juntos, e brigando. Ademais, deu força comovente a Kléber para procurar ajuda, e livrar-se do vício no jogo. E como começou a carreira de Polliana? Criança, já estava em agência de modelos. E daí, vieram bastante campanhas publicitárias e desfiles. Estudara teatro, e participara de montagens. Resolve mudar-se para o Rio de Janeiro, pois morava em Curitiba. É contratada pela Rede Globo, e integra o elenco do especial “O Segredo da Princesa Lili”. Seu papel fora o de Lucélia. O desempenho é notado, e convidada é para atuar ao lado de Christiane Torloni, Edson Celulari e Regiane Alves, em “Beleza Pura”, de Andrea Maltarolli. Mostra ao Brasil seus dotes para dançar no quadro “A Dança das Crianças”, no “Domingão do Faustão”. Ganha a chance de viver Júlia, no seriado “Tudo Novo De Novo”. A seguir, “Tempos Modernos”, de Bosco Brasil, voltando a trabalhar com Regiane Alves (compusera Maria Eunice, a filha de Regiane). Chegamos enfim a Olívia de “Insensato Coração”, que nos prova que é possível sim agir como adulta mesmo sendo tão jovem, ao se ter que enfrentar os inevitáveis conflitos familiares.
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Milena Toscano (que foi Vanessa em “Fina Estampa”, de Aguinaldo Silva) concedeu entrevista a Jô Soares em seu programa. Estava muito bonita, fato que não nos é surpreendente. Cabelos repicados na parte frontal que somavam-se a tubinho acinturado brilhoso com estampas, além de imponentes “escarpins”. A conversa iniciou-se com a atriz falando de sua procedência paulista (Santo André), e de que já bem cedo sentia-se realizada por estar fazendo aquilo que sempre quis, ou seja, trabalhar como modelo (agenciada pela Ford Models). Estivera no Japão por algumas temporadas. E toda esta experiência a levou à interpretação, quando participou do primeiro longa-metragem (“Memórias Póstumas”, de André Klotzel). Fotos dela como modelo são exibidas no telão. Passa assim a discorrer sobre talvez o seu mais desafiador momento profissional: o filme “Olga”, dirigido por Jayme Monjardim. Para dar vida ao papel, raspou a cabeça com máquina zero, e perdera 10kg. Afora deixar todos os pelos do corpo crescerem, o que segundo ela “foi a pior parte”. Cena forte de “Olga” é veiculada, na qual estão além de Milena, Camila Morgado, Jandira Martini e Renata Jesion. Milena confirma que é perfeccionista, entregando-se totalmente quando as oportunidades lhe aparecem. Cita “Sem Controle”, produção cinematográfica com direção de Cris D’Amato, na qual contracenou com Eduardo Moscovis. Para compor melhor a personagem com problemas mentais que lhe fora dada, frequentou por período razoável clínica psiquiátrica. Os empenho e dedicação lhe valeram o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema Brasileiro de Miami. O assunto retorna para a questão da época em que a intérprete raspara a cabeça. Milena ouvira comentários absurdos, inconvenientes e deturpados. Ao tentar comprar lenços em loja, escutou o indizível, o absurdo no mundo dos absurdos em que estamos. Milena não deixou por menos: “Olha, assim, eu não preciso te dizer porque eu “tô” careca, mas cuidado com o que você fala.” E só para fechar este tema, a artista afirmou que o visual adotado a fez descobrir uma nova feminilidade, pois partes do seu corpo passaram a ser mais valorizadas, como o desenho do rosto, os ombros à mostra etc. O bate-papo ruma para a narração de gama de intempéries sofridas por ela e sua mãe no país oriental citado, bastante em decorrência dos enormes choques culturais e dificuldades de comunicação (chegaram a quase comprar água sanitária ao invés de leite). Mas, depois, Milena adaptou-se, e passou a falar até um pouco de japonês. E lá para o final da conversação, ficamos sabendo que Milena é prendada na cozinha. Diariamente prepara seus pratos. Isto não a impede de manter-se esbelta. Na cozinha, ela até pode não ter dissabores, pois gosta de comer, e bem, mas se tiver que enfrentá-los para dar verossimilhança às personagens que lhe surgirem, não há quem a impeça.






